Herdeira chinesa é presa e leva o dólar a R$ 3,94

G1
Notas de dólar — Foto: REUTERS/Dado Ruvic

Notas de dólar — Foto: REUTERS/Dado Ruvic

O dólar subia e já superava o nível de R$ 3,90 nesta quinta-feira (6), em dia de aversão global ao risco após a prisão de uma executiva da gigante chinesa Huawei,intensificando os temores de guerra comercial entre Estados Unidos e China poucos dias depois de um encontro histórico entre os presidentes dos dois países.

Às 13h30, a moeda norte-americana subia 1,44%, vendida a R$ 3,9239. Veja mais cotações. Na máxima do dia, chegou a R$ 3,9429.

“É negativo para a China…e se é negativo para a China é também para os países emergentes. É dólar mais forte…sugere menos exportações do Brasil”, avaliou à Reuters a estrategista de câmbio do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte.

Meng Wanzhou, vice-presidente financeira da Huawei e filha do fundador da empresa, Ren Zhengfei, foi presa em Vancouver, no Canadá, e enfrenta uma possível extradição para os EUA por supostas violações de sanções dos EUA.

A Huawei, uma das maiores fabricantes de equipamentos de telecomunicações do mundo, já enfrentou dificuldades no mercado dos EUA no passado devido a alegações de que seus equipamentos podem conter brechas de segurança que poderiam permitir um monitoramento não autorizado.

A notícia afetou as esperanças de que fossem amenizadas as tensões comerciais entre Estados Unidos e China depois da trégua de 90 dias acertada entre as partes no último sábado.

O episódio é mais um a se somar à aversão ao risco global. Na véspera, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, já tinha dito que seria forçado a responder se os EUA saírem do Tratado de Controle de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês), um dia depois de os norte-americanos darem um ultimato de 60 dias aos russos.

Em meio à tensão geopolítica e guerra comercial, o achatamento da curva de juros norte-americana no começo da semana também levantou preocupações sobre uma possível recessão na maior economia do planeta.