“Consumidor brasileiro está mais digital do que nunca, mas isso não diminui a importância do varejo físico”, afirma especialista

Pesquisa, comparação e análises passaram a fazer parte do estudo de consumidores antes de realizar uma compra, que permanece sendo frequente na loja física

O consumidor está em constante mudança. Se antes as compras eram baseadas nos anúncios televisivos e na influência de vendedores das lojas tradicionais de varejo, hoje o brasileiro realiza uma série de pesquisas digitais, com comparações de custo benefício em sites especializados, eficácia e durabilidade do produto desejado.

Um estudo realizado pelo Google, em 2022, revelou que nove em cada dez brasileiros afirmam ter mudado a maneira de consumir produtos, realizando pesquisas antes de adquirir um produto na internet ou mesmo em uma loja física. O movimento pode estar atrelado também à pandemia, que entre 2020 e 2021 fez com que os consumidores comprassem mais produtos por meio de compras online, devido ao distanciamento social.

Para Rogério Albuquerque, head de produtos da Card, este processo está mais forte, mas não representa um declínio do varejo físico. “É evidente que o varejo digital cresceu muito, mas culturalmente o consumidor brasileiro é muito ligado ao varejo físico, ao processo de ver, sentir e tocar os produtos, mesmo depois de fazer todas as pesquisas necessárias. O varejo físico continua muito presente, e esse cenário não vai se alterar nos próximos anos”, explica.

A consolidação do consumidor no ambiente digital não diminui a importância do varejo físico para a venda de produtos e serviços. De acordo com o Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian, as vendas do varejo físico no Brasil cresceram mais de 6% em janeiro, comparado ao mesmo período de 2022, maior número registrado pelo indicador em 18 meses, quando chegou a 10,6% em julho de 2021.

“O varejo físico ainda é muito importante para a roda econômica do país, pois possui algumas especificidades que o varejo digital muitas vezes não consegue suprir. Então, o caminho natural é que um complemente o outro nesta vertente de crescimento”, comenta Rogério.

Datas sazonais impulsionam buscas de produtos com smartphones

Os celulares fazem parte da rotina do brasileiro e também na hora de pesquisar os produtos preferidos para compra própria ou presente. Ainda segundo o estudo do Google, cerca de 87% dos consumidores disseram ter utilizado o smartphone para buscar mais informações sobre os produtos, durante o Natal de 2022.

“Atualmente você pode realizar praticamente qualquer tarefa com o auxílio de smartphones, então é um movimento natural que as pessoas pesquisem e comparem produtos de interesse pelos aparelhos”, opina Rogério.

Serviços ainda fazem parte da rotina dos brasileiros nos pontos de venda

Historicamente, o brasileiro consome muito a partir do varejo físico, não à toa que alguns locais como a 25 de março e o Brás são conhecidos nacionalmente por conta da variedade de produtos e serviços ofertados nos espaços.

Além disso, ainda é muito comum que as pessoas façam recargas de bilhetes de transporte e telefone em pontos físicos, como bancas de jornal, farmácias e estabelecimentos autorizados.

“Fornecer pontos de vendas que não tenham apenas serviços essenciais, mas também produtos de outros segmentos, como gift cards é uma tendência do presente e dos próximos anos. Mesmo com toda digitalização que fornece avanço importante para o varejo, temos que abraçar todos os consumidores, inclusive aqueles que ainda possuem dificuldades em se adequar às novas tendências, ou mesmo que preferem realizar suas compras de produtos e serviços fisicamente”, finaliza Rogério.

Maio Furta-cor levanta debate sobre saúde mental das mães

 

Psicóloga destaca importância do autocuidado e do reconhecimento individual para manter o bem-estar emocional

No mês de maio, o Dia das Mães é a data comemorativa que se destaca e movimenta a sociedade: são compras de presentes, homenagens e encontros em família. Entretanto, o mês como um todo carrega uma campanha importante para o grupo, o Maio Furta-cor, que visa sensibilizar a população para a causa da saúde mental materna.

A psicóloga Marina Costa, responsável técnica pelo Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da Estácio Natal, aponta que os cuidados com o bem-estar emocional das mães são de extrema importância porque essas mulheres muitas vezes estão em um contexto de cansaço, sobrecarga e abdicação da sua individualidade em função do bem-estar dos filhos.

Segundo Marina, um dos motivos que aflige essas mães é fruto da pressão social depositada na figura materna, que carrega a alcunha de “super-mulher”. “Nas redes sociais, existem perfis quase como tutoriais do que fazer, como fazer, é como se houvesse um manual que, na prática, não existe. Cada mãe tem uma personalidade, um histórico familiar e a autocobrança acaba sendo mais nociva do que benéfica neste processo, porque antes de ser mãe, se é ser humano que não pode ser perfeito sempre”.

Todo esse contexto afeta as mães desde a gravidez, principalmente para aquelas de primeira viagem. “Tudo que é novo pode assustar, então é importante que essa mãe busque uma rede de apoio, tome os cuidados com a saúde em geral, inclusive com o acompanhamento médico no pré-natal, para que ela possa manter seu autocuidado na alimentação, com exercício físico e nas relações afetivas de forma saudável dentro do que for possível, para que esse processo seja levado da melhor forma e sem cobranças”, orienta a especialista.

E após o parto? Segundo estudo da Fiocruz, em cada quatro mulheres no Brasil, mais de uma apresenta sintomas de depressão no período do puerpério –  de 6 a 18 meses após o nascimento do bebê. A psicóloga aponta que o quadro pode vir de (ser provocado por) um acúmulo dos sentimentos não elaborados durante a gravidez, ou antes.

“A depressão pós-parto não é sobre o bebê, é sobre como a mãe se sente nesse período após reprimir seus sentimentos ao longo da gestação. Muitas vezes é o acúmulo em cima de uma questão que já existia antes com a autocobrança de dar o seu melhor para o filho, então tem um histórico. Não é uma rejeição sobre o bebê, mas como ela se sente diante de tudo e que nunca foi cuidado”, explica.

Por isso, é importante o filtro do que vem de fora, diz a psicóloga. Enxergar quem se é e o que se pode fazer. “É uma carga muito grande e agora muitas pessoas, felizmente, têm desconstruído isso de ser guerreira, de dar conta de tudo não só sobre o papel mãe, mas sobre ser mulher em geral, porque está tudo bem não dar conta de tudo, somos humanos. É um exercício diário tirar esse peso de nós mesmos”, disserta.

Marina alerta que é comum ouvir de pacientes mães que elas fazem tudo pelos filhos, mas  acabam se perdendo de si mesmas em um período de muitas mudanças e desgastes físicos que é a maternidade. “Às vezes, o que se precisa é de tempo para si mesmas, se permitir contar com a ajuda de alguém próximo, um familiar ou amigos que possam disponibilizar tempo para criar relações com a criança enquanto a mãe faz algo sozinha e cuida de si”.

A questão perpassa também por problema público, como aponta a especialista. “Muitas mulheres não têm essa rede de apoio, não existem creches públicas em período integral, por exemplo. Então, não só em maio, é importante ver o lado da mãe em um cenário que todos os olhares estão direcionados para a criança. Ela também precisa de ajuda”, afirma.

Maternidade na terceira idade

Outra angústia que atinge o grupo é a Síndrome do Ninho Vazio, um quadro de melancolia que as mães podem enfrentar ao ter que lidar com a partida dos filhos adultos de casa.

“Muitas mães trazem para a consulta que quando o filho sai de casa, a vida perde o sentido, a casa é vazia. É como se aquela mulher atribuísse o sentido da vida para viver em função dos filhos e não compreendesse a própria existência sem ele”, descreve a psicóloga.

A orientação neste caso é que a mulher encontre atividades com que se identificam e que tragam prazer. “Muitas vezes são atividades que elas faziam antes e pararam, hidroginástica, crochê, por exemplo”, exemplifica Marina “É importante trazer à tona a possibilidade de novos vínculos com amizades ou outros familiares, sem depender da frequência de visita dos filhos porque o mais saudável é valorizar aquela pessoa que existe e que tem outras vivências, independente da idade porque cuidar de si é pra toda vida”.

Câmara aprova Projeto de Lei Complementar que revoga lei dos transportes

Nesta quinta-feira (11) a sessão ordinária da Câmara Municipal de Natal aprovou o Projeto de Lei Complementar que revoga as Leis Complementares nº 149, 153, e 179, assim como suas posteriores alterações.

Dessa forma, o Poder Executivo receberá a autonomia suficiente para lançar um novo processo licitatório sob sua total responsabilidade. Sendo a Câmara dos Vereadores de Natal cumpridora do seu papel de legislativo de fiscalizador da gestão municipal.

“O que está acontecendo hoje é uma correção ao passado. Agora, o processo licitatório é pertinente ao Poder Executivo e o entrave se encerra, quando falamos da licitação ter dado deserta ano passado. Se inicia um novo, ciclo com novo modelo, nova sistemática e a CMN continua seu papel de fiscalizar, um poder dado pela Constituição e que ninguém pode tirar”, ressaltou o líder da bancada do Governo, vereador Hermes Câmara (PTB).

Pela oposição, o vereador Daniel Valença (PT) destacou que os Projetos de Lei Complementar garantiam direitos e regulamentações mínimas para o transporte público de Natal. “Se nesse momento o transporte público está na clandestinidade, a partir de agora está tudo aberto. A posição da oposição foi de tentar barrar a aprovação da matéria e votamos contra o mérito”, disse.

Ainda na sessão ordinária desta quinta, os vereadores derrubaram o veto integral do chefe do executivo ao Projeto de Lei n° 260/2021, de autoria do vereador Milklei Leite (PV), que “Institui o Programa de Treinamento em Primeiros Socorros para os motoristas do Sistema de Transporte Público de Passageiros do Município do Natal. A derrubada do veto foi contra o parecer da Comissão que optou pela manutenção do veto.