Festas juninas movimentam cadeias produtivas e têm impacto positivo na economia local

 

RN tem programação extensa com objetivo de movimentar milhões e gerar emprego e renda; Ministério do Turismo estima arrecadação de R$ 6 bi em todo país

Antes mesmo de o mês começar, todo Nordeste brasileiro já estava pronto para celebrar uma das tradições mais queridas do país: as festas juninas. Além de ser um momento de grande representatividade para a cultura local, essas festividades também desempenham um papel fundamental no impulsionamento do crescimento econômico regional, movimentando diversas cadeias produtivas relacionadas à cultura.

Segundo dados do Ministério do Turismo, espera-se que as festas de Santo Antônio, São João e São Pedro atraiam mais de 26,2 milhões de pessoas e arrecade cerca de R$ 6 bilhões em todo o país – o que representa um aumento de 76% em relação ao ano passado.

Em nível local, a expectativa segue a mesma linha positiva. Mossoró deve receber um público de 1 milhão de pessoas, com as festividades injetando R$ 140 milhões na economia local. E em Natal, que este ano conta com a maior programação já vista para a data, foi registrado um investimento de R$52 milhões na programação cultural para atrair turistas e locais aos arraiás de rua e shows de forró.

A confecção de indumentárias, os setores hoteleiros, de alimentos e de bebidas estão entre os mais influenciados pelas festas juninas, mas os impactos positivos, de acordo com o professor do curso de Administração da Estácio, Diêgo Pinheiro, vão além desses setores.

“Os festejos juninos promovem resultados que geram emprego e renda não só para a cadeia envolta nos arraiais, mas para diversos outros setores, desde o produtor rural de milho, por exemplo, até os produtores de bebidas alcoólicas e não alcoólicas”, explica. No RN, a expectativa é de que haja a movimentação de mais de R$ 1,5 milhão através da Feira do Milho.

O especialista explica ainda que a movimentação econômica relacionada a esse período inicia muito antes e se prolonga para até depois do mês de junho. “Em alguns casos, essa cadeia produtiva começa a reforçar suas atividades logo depois do Carnaval. É quando começa a confecção das indumentárias e os setores alimentícios e de bebidas já incluem uma produção que atenda à demanda sazonal. Em julho, que é um período de férias escolares, essa movimentação econômica tende a ficar fortalecida, inclusive com resquícios de algumas festas e arraiás que persistem nessa época”, afirma.

Outro setor beneficiado é o de artesãos e pequenos empreendedores. “A maior parte das indumentárias e roupas típicas produzidas vem de artesãos e pequenos costureiros locais”, analisa.