Multifunções, novo piso salarial e pesquisas científicas: especialista explica as particularidades do Fisioterapeuta  

 

Segundo professor Ricardo Rodrigues, pandemia da covid-19 garantiu uma maior visibilidade a esses profissionais

 

Em definição, a Fisioterapia “estuda, previne e trata os distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações genéticas, por traumas e por doenças adquiridas”, conforme consta nos documentos do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito). Após os anos de estudo, o profissional torna-se habilitado para atuar de forma plural e vai além do que costumeiramente se espera dele.

 

De acordo com o professor do curso de Fisioterapia da Universidade Potiguar (UnP), Ricardo Rodrigues, “o fisioterapeuta é um profissional que assiste desde a prevenção até a reabilitação do indivíduo, visando sua funcionalidade e promoção da saúde, principalmente melhorando a qualidade de vida e participação dos indivíduos na sociedade”.

 

Com mais 16 especialidades reconhecidas pelo Coffito, o profissional desse segmento está habilitado para atuar na acupuntura, no esporte, com a saúde da mulher, na quiropraxia, no campo oncológico, entre outros. Ricardo destaca que a atuação na traumato-ortopédica é a mais comum e conhecida. “É preciso salientar quão vasta pode ser a atuação deste profissional, que hoje é habilitado para trabalhar, inclusive, com distúrbios temporomandibulares”, afirma.

 

Após a pandemia da covid-19, algumas práticas da Fisioterapia foram se mostrando fundamentais para benefício da população e colocando o fisioterapeuta em um patamar elevado de importância. “Merece destaque, principalmente, a prática cardiopulmonar, envolvendo tanto a terapia intensiva como a reabilitação, devido ao papel que desempenharam junto às pessoas acometidas pelo novo coronavírus e nos seus processos de recuperação”, explica Ricardo.

 

Atualmente, com cada vez maior preocupação do indivíduo com a estética, a Fisioterapia também encontrou o seu espaço. Unindo bem-estar, beleza e muito estudo, surgiu a Fisioterapia Dermatofuncional. Mas, apesar do que pode parecer, a atuação nessa área não se resume apenas a cuidados superficiais.

 

“Trata-se de um segmento crescente na fisioterapia, tanto pela importância funcional como pelo fator estético e da qualidade de vida do paciente. Além do mais, a fisioterapia em si é um potencial campo de pesquisas, revelando novos nomes na ciência”, detalha o docente.

 

É o caso da egressa do curso de Fisioterapia da UnP, Ledycnarf Holanda. Ela foi aprovada como bolsista de pós-doutorado na Holland Bloorview da University of Toronto, no Canadá, para trabalhar com o professor doutor Tom Chau, um dos mais renomados em Engenharia Biomédica.

 

Atualmente, a potiguar se prepara para dar mais um importante passo na sua vida como entusiasta da pesquisa científica: criar uma interface cérebro-máquina e dispositivos robóticos para reabilitação de marcha de crianças com paralisia cerebral. “Espero contribuir com o desenvolvimento de novas tecnologias para saúde”, anseia Ledy.

 

Piso salarial

Paralelamente aos diferentes campos de atuação, existe um Projeto de Lei (PL) atualmente em tramitação com o objetivo de fixar o salário mínimo da profissão em todo o território nacional. O PL 1.731/2021 estipula um salário mínimo de R$ 4,8 mil para os fisioterapeutas, em uma carga horária semanal de 30 horas. A proposta já recebeu aprovação da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e agora será encaminhada para análise na Câmara dos Deputados.