Theatro Municipal de SP estreia ópera rara de Puccini, com direção de Carla Camurati

Carla Camurati e Martina Serafin. Foto: Paulo Freitas

O clima era de muita expectativa para a estreia da ópera “La Fanciulla del West”, de Giacomo Puccini, no Theatro Municipal de São Paulo, no último dia 14. Obra de difícil execução, teve apenas uma montagem no Brasil, em 1915, por uma companhia italiana.

“A gente entende que não tenha sido feita porque é uma das obras mais difíceis de Puccini, senão a mais difícil. É difícil de montar, de conseguir os cantores certos para os papeis, mas é simplesmente deslumbrante”, diz o regente e diretor musical Roberto Minczuk.

Missão cumprida, com um elenco competente. Com total domínio cênico, a soprano Martina Serafin entregou uma Minnie consistente e carismática, assim como tenor argentino Gustavo Manzitti, no papel de Dick Johnson, e o barítono Lício Bruno, como o xerife Jack Rance.

Mas um dos melhores desempenhos veio de um personagem menor, Sonora, que, na voz do barítono Johnny França, dominou o palco sempre que esteva em evidência.

O mérito da encenação se deve, em grande parte, a Carla Camuratti, responsável pela direção cênica dos cantores. Na produção, aliás, outros nomes de peso, como o estilista Ronaldo Fraga, que inovou no figurino trazendo um colorido pouco visto em montagens mundo afora.

A história se passa nos Estados Unidos, na época da corrida do ouro. Espécie de faroeste spaghetti, ganhou ares de história em quadrinho na concepção do Municipal.

A ideia, segundo Camurati, era fazer um western “pop, alegre, diferente do que vemos na maior parte das montagens”, o que combina perfeitamente com o tom cinematográfico da obra.

As próximas récitas acontecem nos dias 19 e 20, com o mesmo elenco da estreia. Nos dias 18 e 21, os papeis de Minnie, Dick Johnson e Jack Rance serão vividos por Daniela Tabernig, Homero Velho e Enrique Bravo, respectivamente.

Fonte: Redação GLRM – UOL