Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá celembram discos da Legião Urbana com projeto “As V Estações”

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O rock nacional tem na discografia da banda Legião Urbana um dos seus momentos altos de potência e popularidade. Dois integrantes originais do grupo, o guitarrista Dado Villa-Lobos e o baterista Marcelo Bonfá, estão homenageando dois álbuns clássicos com os shows do projeto “As V Estações”, uma menção aos discos “As quatro estações”, de 1989, e “V”, de 1991. Os músicos iniciaram essa turnê especial em maio deste ano, e estarão em Natal no dia 18 (sexta), às 19h, na Arena das Dunas. Fãs de variadas gerações irão cantar juntos.

Dado e Bonfá serão acompanhados pelos músicos André Frateschi (vocal), Lucas Vasconcellos (guitarra), Mauro Berman (diretor musical e baixista) e Pedro Augusto (teclados), com quem já dividiram os palcos várias vezes. A banda os acompanha desde 2015, quando houve o primeiro encontro em celebração aos 30 anos do álbum de estreia dos músicos com a banda Legião Urbana  – o disco “Legião Urbana”, de 1985.
Do “As quatro estações”, disco que chegou a vender dois milhões de cópias no Brasil, saíram sucessos como “Há tempos”, “Pais e filhos”, “Quando o sol bater na janela do teu quarto”, “Monte Castelo”, “Meninos e Meninas” e “Sete Cidades”. Nove das 11 faixas do desse disco serão tocadas no show. Já o “V” não teve o mesmo estrondo de vendas e foi feito num contexto pós-Plano Collor, mas se destacaram canções como “Love song”, “Metal contra as nuvens”, “O teatro dos vampiros”, e o hit “Vento no litoral”.
“As V estações” é o terceiro projeto de Dado e Bonfá a celebrar a discografia da Legião. Em 2015, quando os músicos se juntaram pela primeira vez para a celebração  dos 30 anos de lançamento dos álbuns da Legião Urbana, o projeto previa algo em torno de 20 shows. “Agiu, então, a lei do encontro; formamos uma banda que criou raízes e assim foram – até agora – sete anos, duas turnês e centenas de apresentações”, disse André Frateschi, que incorpora os vocais clássicos de Renato Russo.
“Somos feitos das canções que escutamos. Elas são nossos oráculos, são textos sagrados aos quais recorremos durante a vida. E, tratando-se do repertório da Legião, a coleção é imensa”, escreveu o músico. Para Frateschi, parceiro de música e amigo pessoal dos músicos, Dado e Bonfá são a corporização da obra da Legião. “Presencio a cada subida no palco, olhando nos olhos do público, o tamanho desse reencontro. São apresentações analógicas, cheias de som e fúria que mantêm viva a chama do rock”, escreveu.
Os discos 
“As quatro estações” é o quarto álbum de estúdio da Legião – e o mais vendido de sua carreira. O disco levou um ano para ficar pronto, pelo fato da banda não conseguir criar algo que a satisfizesse. Renato Russo considerou até encerrar o grupo. É considerado um dos mais bem sucedidos discos de rock já vendidos no Brasil. Seis das onze faixas tiveram bom desempenho nas rádios e se tornaram clássicos do rock nacional.
No final de 1991 foi lançado “V”, um álbum denso, com elementos de rock progressivo, e que refletia de certa forma a sua conturbada época – a crise econômica causada pelo Plano Collor, e a dependência química de Renato Russo. Em 1990, o cantor descobriu ser portador do vírus da AIDS – apesar de nunca ter assumido isso publicamente.
O disco vendeu 465 mil cópias (cinco vezes menos que o disco anterior). “V” tem longas canções instrumentais, letras em português arcaico, e referências à idade média. Renato Russo declarou numa entrevista da época que a banda quis traduzir no disco sensações de tédio e marasmo. Foi um disco lento “de propósito”, afirmou. “O mundo anda tão complicado” e “Vento no litoral” tocaram bastante nas rádios.
Serviço:
“As V Estações”, com Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá. Dia 18 (sexta), às 19h, na Arena das Dunas. Ingressos na Oticalli do Midway e bilheteriavirtual.com.br.