O cantor e compositor Debinha Ramos nasceu e se criou nas Rocas como pessoa e como sambista. Após 41 anos anos fazendo samba no bairro, ele próprio virou o tema do samba. O músico será homenageado no enredo da escola Balanço do Morro para 2024, e o lançamento será neste domingo (06), a partir das 15h, no espaço da agremiação na Rua Chile, Ribeira. Uma roda de samba respeitável foi programada para a ocasião, com direito a Marquinhos Diniz, da Portela, Zé Luís do Império (Serrano), Mesa 12, e Bateria Puro Sangue.
Um mês após o desfile deste ano, Debinha foi comunicado pela Balanço sobre a homenagem. “Eu fiquei feliz demais, não estava esperando. E minha alegria maior é por eu ser de lá, ser discípulo do mestre Lucarino, e tudo que aprendi sobre samba estar nas Rocas. Receber essa homenagem ainda em vida é importante demais pra mim”, diz. O título do enredo é “Vou pedir pra Ogum com força e fé, na Balanço Debinha Ramos é nosso axé!”, baseado num trecho da música “Um lugar comum”, do próprio Debinha.
A composição do enredo será uma combinação de várias mentes sambistas, numa conexão entre Natal e Rio de Janeiro. “O pessoal decidiu que seria assim e eu adorei a ideia, claro. Eu desfilo no Rio de Janeiro há alguns anos na ala de compositores da Império Serrano, então essa escola também é parte de mim e me conhece”, explica. Após o lançamento da sinopse do enredo neste fim de semana, a composição será anunciada entre outubro e novembro.
Samba na fonte
O enredo para Debinha também pode ser visto como uma resposta ao presente que o compositor deu à escola 41 anos atrás. Foi em 1982 que Debinha, junto com Lucarino, João Galvão e JB, comporam “Hoje chove prata no reino do carnaval”, samba-enredo que deu a vitória à Balanço do Morro naquele ano. Debinha conviveu com a nata do samba e bebeu na fonte dos grandes mestres do bairro, como Lucarino, Antônio Melé, Farrapo, Menezes, Chico Trunfa, Aluísio Pereira, entre outros.