Farmacêutica explica cuidados necessários com a automedicação na terceira idade e orienta sobre organização dos remédios
A partir dos 60 anos, com a chegada da melhor idade, é bastante comum o diagnóstico de doenças crônicas e a perda cognitiva progressiva, trazendo o declínio da memória e da capacidade intelectual de realizar algumas atividades do dia a dia. Diante deste cenário, a prática da automedicação exige atenção e cuidados redobrados para os idosos, porque nem sempre o paciente possui habilidade para gerenciar a farmacoterapia prescrita sozinho.
Esquecer, tomar a dose mais de uma vez ou até trocar os medicamentos são erros comuns que podem gerar riscos à saúde, atrapalhar o tratamento e dificultar o controle de doenças crônicas. Juliana Veríssimo, farmacêutica e docente da Estácio, explica que existem algumas ferramentas digitais e analógicas que podem ajudar no gerenciamento e organização da ingestão de remédios.
“Hoje temos várias ferramentas: aplicativos de celular, alarmes, tabelas coladas em local visível, etiquetas nas embalagens e caixas organizadoras, que podem ser utilizadas até que o paciente encontre a alternativa que melhor atende a rotina diária. No entanto, não recomendamos retirar os medicamentos da embalagem original e da cartela, para não o confundir ou, expor o medicamento a condições que possam comprometer a qualidade”, adverte a especialista.
Intoxicação por medicamentos
Além da automedicação para uso de doses receitadas por indicações médicas, a farmacêutica Juliana Veríssimo explica que existe também a prática sem prescrição: quando a pessoa compra e faz ingestão dos remédios a sua própria escolha – o que pode ser ainda mais perigoso.
De acordo com levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), através das estatísticas do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), 27% das intoxicações no Brasil e 16% dos casos de morte por intoxicações são causados por medicamentos.
Essas situações acontecem pois o uso de medicamentos sem orientação profissional pode gerar alterações indesejadas e efeitos colaterais perigosos. Por isso, o orientado pela especialista é buscar um profissional da área de saúde com conhecimento técnico para auxiliar o paciente em uma escolha segura, considerando seu quadro clínico.
“O farmacêutico é um profissional de saúde que está inserido na comunidade, nas farmácias comerciais e públicas, e que pode ser consultado com facilidade. Eles oferecem serviços de acompanhamento dos pacientes e podem ajudar no processo de cuidado da pessoa idosa, assim, diminuindo internações, agravos e óbitos”, completa Juliana.