Ériko Jácome assume a Prefeitura interinamente

Foto: Anderson Régis

O prefeito Álvaro Dias transmitiu o cargo hoje para o presidente da Câmara Municipal, Eriko Jácome, em virtude de uma viagem ao exterior em caráter pessoal no período que vai até 28 de janeiro.

O presidente da Câmara assume a Prefeitura em caráter interino uma vez que a vice-Prefeita, Aila Ramalho,encontra-se fora de Natal.

Combate ao Doping: riscos associados ao uso de substâncias proibidas no esporte

 

No ano dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris, especialista do CEUB alerta atletas e treinadores sobre incidências acidentais no âmbito esportivo e as consequências das substâncias proibidas

No ano em que o mundo se mobiliza para acompanhar e concorrer aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Paris 2024, ganha relevância o Dia Nacional do Jogo Limpo e Combate ao Doping no Esporte, celebrado em 15 de janeiro. A data busca conscientizar atletas, treinadores e dirigentes sobre a integridade e igualdade nas competições. De acordo com a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, 71 atletas brasileiros foram suspensos por doping em 2023. O professor de Educação Física do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Tácio Santos, comenta a influência do doping e estratégias para promover o jogo limpo entre atletas e praticantes de atividades físicas em geral.
Segundo Santos, a prática da dopagem vai de encontro a um dos princípios básicos do espectro esportivo: a busca pela equidade nas condições de competição. Ele afirma que, apesar das inevitáveis diferenças entre indivíduos, sejam elas na composição corporal, recursos materiais ou financeiros, há uma busca constante por um limite de igualdade. “O uso de dopagem que alguns atletas buscam rompe muitas vezes essa fronteira, criando desequilíbrios injustos que comprometem a integridade da competição e vão de encontro aos valores essenciais do esporte”.
Atletas federados devem fornecer informações sobre sua localização ao longo do ano à agência de controle de dopagem de seus respectivos países, como é o caso da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem no Brasil. Isso permite que, por meio de sorteios ou investigações, sejam submetidos a exames de controle antidoping. Embora as práticas operem discretamente, visando direcionar o foco para a prática esportiva em si, há procedimentos em andamento. “Antes, durante ou após as competições, alguns atletas podem ser selecionados aleatoriamente ou por investigação para realizarem testes antidoping, garantindo a transparência e o jogo limpo”, explica o docente do CEUB.
Santos revela que quando um atleta precisa usar uma substância com potencial efeito dopante por razões de saúde, surge a Autorização de Uso Terapêutico (AUT). Uma junta médica avalia a real necessidade e a dosagem apropriada para o tratamento específico do indivíduo: “É considerada uma tolerância proporcional ao uso terapêutico, com o uso autorizado por um período limitado, sujeito a reavaliações pela mesma junta médica. Essas reavaliações podem estender, renovar ou ajustar o uso terapêutico conforme necessário”.
De acordo com o professor, apesar dos atletas estarem cientes dos efeitos imediatos dessas substâncias no desempenho esportivo, poucos têm conhecimento dos impactos adversos a longo prazo. Os profissionais de Educação Física são figuras chave ao oferecerem informações detalhadas no dia a dia dos atletas e praticantes de atividade física, além das campanhas em larga escala das autoridades e do governo. “As entidades representativas investem na comunicação efetiva sobre os perigos do doping, podendo inclusive impor sanções a indivíduos que façam uso das substâncias proibidas. É fundamental que todos os agentes informem sobre essa outra parte, menos conhecida”.
Consequências físicas e éticas das substâncias proibidas
Para o especialista, estimulantes, anabolizantes esteroides afetam todos os sistemas do corpo, levando a problemas nos órgãos vitais, como coração, rins e fígado, além de lesões musculares e efeitos psicológicos, como agressividade ou depressão. “Há ainda métodos proibidos, como autotransfusão de sangue para aumentar a capacidade de transporte de oxigênio, com riscos graves à saúde cardiovascular. No esporte paralímpico, há práticas para simular um estado de alerta corporal, como o uso de tiras apertadas ou pequenas agressões, o que representa um risco físico e psicológico considerável”, alerta.
Eticamente, Tácio Santos acrescenta que o uso dessas substâncias e métodos vai contra os princípios do olimpismo e influencia negativamente não apenas os atletas, mas todos os envolvidos em atividades recreativas e físicas. Normalizar a violação dessas regras pode encorajar outros a buscarem substâncias dopantes para melhorar o desempenho em atividades recreativas ou estéticas, o que é amplamente discutido nas políticas de prevenção à dopagem.
Estratégias para o esporte limpo
O especialista em Educação Física do CEUB destaca estratégias para desencorajar o doping entre atletas jovens, com o papel de não apenas fiscalizar, mas também educar, oferecendo palestras para atletas de base e profissionais que atuam no cenário esportivo. Além de entidades nacionais, como a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, Tácio ressalta o esforço liderado pelo Conselho Federal de Educação Física para capacitar profissionais que possam conscientizar a população sobre os impactos à saúde: “O foco desse trabalho é ampliar a compreensão sobre os efeitos prejudiciais à saúde e éticos do doping”.
Segundo o docente do CEUB, é importante ampliar a divulgação sobre a dopagem não intencional. Tanto atletas de elite quanto em formação muitas vezes inadvertidamente recorrem a substâncias proibidas por questões de saúde, uso de medicamentos, suplementos alimentares ou até mesmo produtos cosméticos que contenham componentes proibidos. “A ABCD oferece traduções das substâncias em português do Brasil e um aplicativo que facilita a consulta, segmentando por modalidade, já que diferentes esportes podem ter diferentes substâncias vetadas, evitando a dopagem involuntária”, finaliza Tácio Santos.

Ano novo, emprego novo: prepare-se para as melhores oportunidades com um currículo atualizado

 

Especialista dá dicas para quem busca uma recolocação no mercado

São Paulo, janeiro de 2024 — Muitos profissionais estão prontos para explorar novas oportunidades de emprego e progredir em suas carreiras. Gabriela Mative, Head da Adecco Staffing, divisão do Grupo Adecco, líder em RH no Brasil, explica como fazer isso.

Segundo a especialista, a atualização do currículo é o ponto-chave para conquistar as melhores oportunidades. “Atualizar o CV, que é o cartão de visitas do profissional, é o primeiro passo. Com um documento bem elaborado, que conta de forma direta sobre a formação e a experiência, há mais chances de abrir portas no mercado”, aponta.

Uma das principais dicas é colocar o contato correto. “O candidato precisa colocar o nome, número de telefone, endereço de e-mail e links para perfis profissionais online (como LinkedIn). Por incrível que pareça, muitos perdem uma oportunidade de emprego porque os dados estão errados ou desatualizados”, diz.

“Também sugiro dar uma atenção especial ao resumo no início do currículo, em que o profissional pode destacar suas habilidades, experiências e objetivos profissionais, tudo isso de forma breve, sem delongas. É o “chamariz para o recrutador”, aponta.

Além disso, é importante estar atento às tendências do mercado. “Conhecer as habilidades mais procuradas em sua área pode ajudá-lo a se destacar entre os candidatos”, afirma. Ela também aconselha a sempre buscar aprender mais. “A tecnologia, por exemplo, está em constante processo de inovação, ou seja, hoje é primordial que o profissional busque o conhecimento e inclua a obtenção de novas certificações ou a participação em webinars e workshops em seu currículo”, sugere Gabriela.

Há também uma grande importância da preparação para a entrevista. É necessário pesquisar sobre a empresa e a vaga antes da entrevista e estar preparado para responder perguntas sobre suas habilidades e experiências, bem como para fazer suas próprias perguntas a fim de entender se há match com o perfil da empresa”, orienta.

Por fim, Gabriela encoraja a persistência. “A busca por emprego pode ser um processo longo. Não desanime se você não receber uma oferta imediatamente. Continue se candidatando e aprimorando seu currículo e habilidades”, finaliza.

Sobre o Grupo Adecco

Líder mundial em Recursos Humanos, a Adecco possui 5,5 mil escritórios em 60 países, proporcionando empregos a 700 mil pessoas e oferecendo serviços a mais de 100 mil empresas. Na América Latina, a empresa opera com 3 mil colaboradores em suas filiais presentes oito países e conta com sete milhões de cadastros em sua base de dados. O Grupo conta com quatro marcas presentes no Brasil: Adecco, Pontoon Solutions e LHH. O Grupo faz parte da lista 500 da Fortune Global e está cotado na bolsa de Zurique. O Grupo Adecco apresenta uma estrutura mundial orientada para a prestação de um serviço integrado na área dos Recursos Humanos, com o compromisso de um desenvolvimento contínuo de soluções eficazes e competitivas para os seus clientes.

Volta às aulas: Especialista dá dicas de como planejar e economizar na hora de comprar o material escolar

 

Reaproveitamento de livros e pesquisa de preço são aliados na hora de reduzir o orçamento

 

A temporada de volta às aulas se aproxima e muitas famílias já começam a organizar a compra do material escolar. A tarefa requer planejamento, pesquisa e atenção para que não haja surpresas com os gastos.

 

Kennedy Paiva, professor da área de Gestão e Negócios da Universidade Potiguar, integrante do maior e mais inovador ecossistema de qualidade do Brasil: o Ecossistema Ânima, destaca algumas estratégias que podem auxiliar as famílias na hora das compras.

 

“Faça uma curadoria interna. Muitas vezes dá para aproveitar materiais utilizados no ano anterior. Em algumas ocasiões, o estudante ainda tem lápis, caneta ou caderno que está em bom estado e ainda pode ser utilizado”, diz.

 

A lista de compras e a pesquisa de preço também são cruciais na hora de economizar. “Faça uma lista de compras, defina um orçamento e faça uma pesquisa de preço. Pesquise de loja em loja e também na internet. Com antecedência, é possível conseguir bons preços nas lojas virtuais. Só tenha atenção com o tempo de entrega e frete, caso haja”, recomendou o especialista.

 

Na hora de realizar as compras, é importante que os pais ponderem se a criança deve ou não acompanhá-los. As lojas possuem diversos atrativos e, quando acompanhados da criança, os pais podem realizar compras por impulso.

 

Ainda segundo Paiva, caso a criança esteja presente, é importante conversar antes sobre o orçamento disponível, custo-benefício e seguir a lista para evitar a compra de itens considerados desnecessários.

 

Reaproveitamento de livros

O custo dos livros didáticos geralmente preocupa muitos pais durante as compras. Para aliviar o orçamento, várias famílias recorrem a alternativas mais econômicas.

 

“Buscar livros em sebo é uma ótima saída. Outra estratégia é a troca de livros ou negociação com pais de estudantes de turmas anteriores ou anos superiores, proporcionando uma solução financeiramente viável para todos”, frisa Kennedy.

Benefícios da computação Neuromórfica para IA

 

*Por Paulo Watanave

A comunidade de computação está buscando novas tecnologias para permitir melhorias contínuas de desempenho em substituição à lei de Moore e ao escalonamento de Dennard, que chegam ao fim. Uma das alternativas é a adoção dos chamados computadores neuromórficos, que teriam um sistema de funcionamento mais parecido com os cérebros humanos.

De acordo com a empresa de pesquisa Market Research Future, o tamanho global do mercado de computação neuromórfica, avaliado em US$ 1,9 bilhão em 2022, deve aumentar  para US$ 2,29 bilhões em 2023 e chegar a US$ 10,5 bilhões em 2032, apresentando uma taxa de crescimento anual de 21% no período entre 2023 e 2032.

O termo neuromórfico foi criado por Carver Mead no final da década de 1980 e, naquela época, referia-se principalmente a implementações mistas analógico-digitais de computação inspirada no cérebro. Porém,, à medida que o campo continuou a evoluir e com o advento de oportunidades de financiamento em grande escala para sistemas de computação inspirados no cérebro, como o projeto DARPA Synapse e o Projeto Cérebro Humano da União Europeia, o termo neuromórfico passou a abranger uma variedade mais ampla de implementações de hardware.

A computação neuromórfica replica características de redes neurais biológicas em circuitos eletrônicos, seja de forma analógica ou digital. Essa abordagem visa tanto ajudar a neurociência a entender os mecanismos de aprendizagem e desenvolvimento cerebral quanto aplicar esses princípios à computação cognitiva de forma genérica. Acredito que as suas principais vantagens incluem eficiência energética, rapidez, resistência a falhas e capacidade de aprendizado.

Recentemente, o Centro Internacional de Sistemas Neuromórficos (ICNS, sigla em inglês), da Western Sydney University, anunciou o primeiro supercomputador do mundo capaz de simular redes na escala do cérebro humano. O DeepSouth, como foi nomeado, utiliza um sistema neuromórfico que replica processos biológicos e é capaz de realizar 228 trilhões de operações sinápticas por segundo, semelhante ao cérebro humano.

Este computador possui um “chip” que “visualiza” e cria memórias de maneira semelhante aos humanos. Assim, cria a possibilidade de aplicações serem capazes de tomar decisões rápidas e complexas, como no processamento de imagens para a navegação de drones e carros autônomos.

O chip neuromórfico consegue capturar, processar e armazenar informações visuais. Com isso, imita a capacidade do olho humano de capturar a luz, pré-empacotar informações e então transmiti-las pelo nervo óptico. Só que o chip também faz a parte do cérebro, ou seja, ele recebe essas informações, para armazenar e classificar em um sistema de memória, que podemos denominar como uma inteligência artificial em hardware.

Esta inovação promete avanços em dispositivos inteligentes, sensores industriais e agrícolas, e aplicações de IA mais eficientes e econômicas, além de contribuir para a compreensão de cérebros saudáveis e patológicos.

Entre os benefícios do DeepSouth  estão o processamento paralelo rápido em larga escala com baixo consumo de energia, a escalabilidade, a reconfigurabilidade por meio de FPGAs (Field Programmable Gate Arrays), a disponibilidade comercial utilizando hardware padrão de mercado, e o potencial para inovações em IA ao replicar a eficiência do cérebro humano.

A crescente demanda por computação neuromórfica requer uma profunda pesquisa e desenvolvimento na fabricação de hardware e software para atender ao valor de mercado, mas esbarra em fontes de financiamento limitadas e na ausência de pessoal qualificado.

No entanto, o  desenvolvimento de computadores neuromórficos é um campo emergente e em rápida evolução, representando uma ponte entre a neurociência, a inteligência artificial e a engenharia de hardware.

*Paulo Watanave é head of Data & Analytics na NAVA Technology for Business

Sobre a NAVA Technology for Business

Com mais de 27 anos de atuação, a NAVA Technology for business fornece serviços e soluções de negócios e tecnologia, como Plataforma de AIOps & Observability Strategy, Digital Strategy & Agile Development, Payments, Intelligent Outsourcing, Cloud & Infrastructure Solutions, Advanced Analytics & Automation e Cybersecurity. Assim, a NAVA inspira pessoas e empresas dos setores financeiro, seguros, meios de pagamento, educação, energia, saúde, telecomunicações e varejo a transformar e impactar positivamente o mundo. Saiba mais em https://nava.com.br  

Janeiro Branco: Depressão vai afetar 15,5% dos brasileiros nos próximos anos

 

Nutricionista da NPV explica a importância da alimentação para prevenir doenças mentais, promover o bom funcionamento do cérebro e a neuroproteção

Cerca de um bilhão de pessoas vivem com algum tipo de transtorno mental, segundo o relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS). Quando o assunto é ansiedade, o Brasil ocupa o primeiro lugar no mundo e o quinto em número de depressivos. Dados do mais recente mapeamento sobre a doença, realizado pela OMS, apontam que 5,8% da população brasileira sofre de depressão, o equivalente a 11,7 milhões de brasileiros. Estudo epidemiológico do Ministério da Saúde revela ainda que, nos próximos anos, até 15,5% da população brasileira poderá sofrer depressão pelo menos uma vez ao longo da vida.

De acordo com a coordenadora nutricional da NPV – Nutrientes Para a Vida, é importante destacar o quanto a nutrição e a saúde mental têm relação direta, e que uma dieta equilibrada inserida em um estilo de vida saudável pode contribuir para a prevenção e o tratamento de doenças mentais.

“Muitas desordens mentais são afetadas por processos inflamatórios, que prejudicam o funcionamento do sistema nervoso central. As fibras, presentes em frutas, verduras, legumes e leguminosas, são nutrientes conhecidos por prevenir e reduzir a inflamação; portanto, sua inclusão na dieta alimentar pode trazer vantagens ao bom funcionamento do cérebro e à neuroproteção”, explica Bianca.

Além das fibras, a nutricionista destaca que nutrientes como vitaminas do complexo B, magnésio, vitamina E, vitamina C e zinco possuem ação benéfica e protetora. “Gorduras saudáveis como as monoinsaturadas (presente no óleo de oliva e oleaginosas) e ômega 3 (presente no salmão, sardinha e atum) também apresentam efeito anti-inflamatório, contribuindo para o bom funcionamento do sistema nervoso”, afirma.

A coordenadora da NPV alerta ainda que é preciso ter atenção para os hábitos alimentares, principalmente nos dias atuais, em que o fast-food, o refrigerante e o açúcar são consumidos de forma desenfreada. “Repense seu modo de vida, seus hábitos alimentares e lembre-se que você é aquilo que você come. Alimentos ultraprocessados e excesso do consumo de álcool e cafeína também podem ser prejudiciais”, completa.

Por todas essas evidências, a Dieta do Mediterrâneo – conjunto de conhecimentos, práticas, rituais, tradições e símbolos relacionados com as culturas agrícolas, segundo a especialista, é muito bem recomendada para a saúde mental. “Um fator importante é levar em consideração todo o processo de produção agrícola, já que a composição dos alimentos está diretamente associada aos cuidados com as plantas. Por isso a importância de um solo fértil, bem cuidado, com o uso de fertilizantes adequados para, assim, garantir a nutrição adequada e balanceada das plantas, animais e seres humanos”, finaliza.

Sobre a NPV

A NPV – Nutrientes para a Vida – nasceu com objetivo de melhorar a percepção da população urbana em relação às funções e os benefícios dos fertilizantes para a saúde humana. Braço da fundação norte-americana NFL – Nutrients For Life – no Brasil, a NPV trabalha baseada em informações científicas. A NPV tem sua sede no Brasil, é mantida pela ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos) e operada pela Biomarketing. A iniciativa conta ainda com parceiros como: ESALQ/USP, IAC, UFMT, UFLA e UFPR. Saiba mais aqui.

Psiquiatra do CEUB alerta sobre adoecimento mental silencioso dos agentes de forças policiais

 

A Polícia Militar foi a que mais registrou suicídios entre 2022 e 2023, com um aumento percentual de 54%

O cotidiano dos profissionais da segurança pública no Brasil exige muito mais do que resiliência. Jornadas exaustivas, admissão do papel de “policial herói” e condições de serviços são causas apontadas para o adoecimento silencioso das forças policiais. O autoextermínio, assistido no caso recente da PMDF, é a segunda maior causa de morte entre policiais no Brasil, conforme revela o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023. Psiquiatra e professor de Medicina do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Lucas Benevides alerta que a saúde mental dos profissionais de segurança pública requer atenção.
Devido à constante exposição a situações de alto estresse, trauma e risco de vida, os agentes enfrentam uma série de problemas de saúde mental, incluindo transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), depressão, ansiedade, distúrbios do sono e um aumento preocupante no risco de suicídio, conforme explica o psiquiatra: “O constante estado de alerta e a exposição a eventos traumáticos têm um impacto significativo em sua saúde mental, afetando não apenas o aspecto pessoal, mas também o desempenho profissional”.
Segundo o professor de Medicina do CEUB, as causas desses problemas são diversas, estando intrinsecamente ligadas à natureza do trabalho. Para além dos eventos traumáticos, o adoecimento mental está atrelado à pressão constante, longas jornadas de trabalho, o estigma associado à ajuda psicológica e, em alguns casos, à falta de apoio institucional. “A cultura dentro das forças de segurança muitas vezes desencoraja a discussão aberta sobre questões de saúde mental, criando um ambiente desfavorável para a busca de ajuda”. Os efeitos dos problemas de saúde mental impactam diretamente o desempenho profissional, manifestando-se na maior incidência de erros, diminuição da capacidade de tomar decisões, aumento do absenteísmo e dificuldades nas relações interpessoais.
Para prevenir casos de adoecimento psíquico nas forças de segurança, o psiquiatra do CEUB indica a implementação de programas de apoio à saúde mental, visando mitigar o estresse desses profissionais. Ele recomenda o acesso facilitado a aconselhamento e terapia, treinamento em gestão de estresse e a criação de um ambiente de trabalho que promova a abertura e aceitação da discussão. “Também é fundamental garantir períodos adequados de descanso e recuperação, treinamento em resiliência e a promoção de uma cultura organizacional que valorize e apoie a saúde mental”, frisa o especialista.
Lucas Benevides lista iniciativas para melhorar a saúde mental dos agentes de segurança pública brasileiros:
   – Programas específicos: cada corporação deve ter programas adaptados às suas realidades. Por exemplo, a Polícia Militar, devido ao policiamento ostensivo, pode focar em como lidar com situações de confronto direto, enquanto a Polícia Civil, envolvida em investigações, pode precisar de suporte para lidar com casos prolongados de estresse.
   – Treinamento para superiores: treinar oficiais superiores para identificar sinais de problemas de saúde mental em seus subordinados e encorajá-los a buscar ajuda.
   – Intervenções preventivas e reativas: oferecer suporte não só após a ocorrência de incidentes traumáticos, mas também como medida preventiva.
   – Integração com serviços de saúde mental locais: estabelecer parcerias com hospitais e clínicas de saúde mental para fornecer suporte adicional.
O psiquiatra afirma que as instituições de segurança pública precisam reconhecer a importância da saúde mental de seus agentes e investir em programas efetivos de suporte. “Isso não apenas ajuda a proteger a saúde mental dos policiais, mas melhora a qualidade do serviço prestado à comunidade”, completa.