População de Natal ganha mais praças para lazer e convivência

Foto: Esperanza Governa/ Secom

Não é de hoje que a Prefeitura investe na construção e reestruturação das praças de todas as regiões de Natal. Uma das mais recentes beneficiou o bairro de Candelária, no início deste mês, com a inauguração da Praça Armando Nobre Viana. Somente em 2023, foram 20 praças entregues pela gestão do prefeito Álvaro Dias, em diversos bairros. Dentre os novos espaços que passaram a ser aproveitados nos últimos meses pelos natalenses, o destaque é a praça Pedro Velho, em Petrópolis, que voltou a ser bastante frequentada diariamente e também se tornou um pólo para realização de eventos culturais.

As ações do Município também contemplaram praças nas demais regiões da cidade. Fazem parte dessa lista a Praça Monte Belo- Neópolis; Pousada Brasília – Capim Macio; Praça Colinas do Potengi – Potengi; Praça Paranaguá- Potengi; Praça Abelardo Calafange – Nova Descoberta; Praça Arapuã – bairro Nordeste e a Praça Maria Elizete da Fonseca – Soledade I.

Anteriormente, a Prefeitura já havia realizado ações semelhantes no sentido de construir ou requalificar outros espaços. É o caso da abertura do Parque Ecológico de Capim Macio, da Praça Engenheiro Abel de Menezes Lira, no bairro Tirol, do Bosque das Mangueiras, da praça Augusto Leite, da praça Floriano Peixoto, em Neópolis, e, há mais tempo, da Gentil Ferreira, no Alecrim.

Ao todo, 106 praças receberam melhorias ao longo da atual gestão da Prefeitura de Natal. “Estamos trabalhando em todas as regiões de Natal e vamos intensificar essas ações de recuperação, requalificação e execução de projetos em nossas praças, ao longo deste ano, para beneficiar a população e deixar a cidade cada vez mais bonita e melhor para viver”, afirma o prefeito Álvaro Dias.

Prefeitura inicia licenciamento de obras estruturantes para a cidade

A Prefeitura iniciou o processo para executar um pacote de obras consideradas estruturantes para a cidade. O município requereu à Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano a Licença Simplificada para a construção da Praça Esportiva de Liberdade, que contempla o campo de futebol do bairro, a reurbanização do Centro da cidade e a reestruturação do trânsito da Avenida Maria Lacerda; assim como a Licença Prévia para a drenagem de Monte Castelo, que inclui o Cemitério São Sebastião, e do Loteamento Caminho do Atlântico, em Cajupiranga.

 

A Licença Prévia aprova a concepção do empreendimento, a localização e atesta a viabilidade ambiental da obra. Já a Simplificada é concedida para a localização, instalação, implantação e operação de novos empreendimentos.

 

A falta de drenagem e os engarrafamentos nos horários de pico, decorrentes do grande crescimento da cidade, são problemas crônicos, presentes há várias décadas, que a Prefeitura de Parnamirim, de forma pioneira, pretende resolver de uma vez por todas.

Aquecimento do mercado funerário abre vagas de emprego no RN

 

Com atuação prevista para Natal e Parnamirim, Morada da Paz oferece oportunidades que também abrangem Pessoas com Deficiência
 
Segundo pesquisa do Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil (Sincep), o mercado funerário brasileiro está bastante aquecido e fatura, em média, R$ 13 bilhões/ano. Em consonância com os números positivos do mercado, o início do ano de 2024 é marcado pela abertura de vagas de emprego no Grupo Morada, para atuar no cemitério e crematório Morada da Paz, e na assistência funeral Morada da Paz Essencial, no Rio Grande do Norte.
 
As vagas são para o Banco de Talentos, setor de vendas externas, compras e coordenação de desenvolvimento humano. Com exceção das oportunidades do Banco de Talentos – voltadas para Pessoas com Deficiência – as vagas exigem do candidato, no mínimo, certificado de conclusão do Ensino Médio, mas pode ser necessária formação superior em alguns casos.
 
Para se inscrever no processo seletivo, os interessados devem acessar o site http://www.moradadapaz.com.br/trabalhe-conosco, selecionar o cargo pretendido e seguir as orientações. As demais empresas do Grupo Morada, localizadas na Paraíba e Pernambuco, também estão com vagas abertas em diversas áreas de atuação.

Clínica Escola da Estácio oferece atendimento de fisioterapia gratuito para a população

 

Procedimentos envolvem atividades para fisioterapia neurológica, dermatofuncional e ortopedia com a participação de alunos e docentes

A Clínica Escola de Fisioterapia da Estácio está com vagas abertas para atender gratuitamente a população. Os serviços disponíveis são focados em tratamentos de fisioterapia neurológica para adultos e crianças; fisioterapia dermatofuncional, voltada para procedimentos estéticos, e ortopedia.

As práticas são realizadas pelos alunos dos últimos semestres do curso, em período de estágio, com a supervisão dos professores. “Essa é uma etapa muito importante do curso para os alunos porque eles podem estar imersos na prática de tudo que aprenderam ao longo da sua formação e ao mesmo tempo, auxiliar pessoas que em muitos casos não teriam como pagar por processos que vão trazer benefícios para sua saúde”, reflete a coordenadora do curso de Fisioterapia da Estácio, Ana Luiza Teixeira.

O atendimento acontece no Núcleo de Saúde Integrado da Instituição, na Av. Alm. Alexandrino de Alencar, 708, Alecrim; e os interessados podem fazer sua inscrição pelo telefone (84) 99158-5513 (Whatsapp), das 13h às 17h.

Quem pode se beneficiar

O atendimento no Núcleo Integrado de Saúde da Estácio é aberto à toda comunidade interessada nos serviços disponíveis, de forma gratuita. Para os procedimentos fisioterapêuticos, os pacientes que tenham encaminhamento médico, exames recentes e prescrição de medicamentos podem apresentar o material na primeira consulta.

“Mas caso não tenha, o indivíduo pode participar dos nossos atendimentos da mesma forma, porque o fisioterapeuta realiza avaliação própria e toma decisões a partir dessa análise cinético-funcional para criar uma estratégia de tratamento”, explica Ana Luiza Teixeira.

A fisioterapia neurológica pode ser aplicada a pacientes que possuem lesões cerebrais de nascimento, como a paralisia cerebral, ou aos que sofreram uma lesão ao longo da vida devido à condições como Alzheimer, acidente vascular cerebral (AVC), traumatismo craniano, Doença de Parkinson, entre outros. Além disso, pessoas com diagnósticos de Síndrome de Down, esclerose múltipla, lesão medular por acidente e neuropatias periféricas também podem ser beneficiadas pelos procedimentos.

Já os serviços que a fisioterapia dermatofuncional abrange são tratamentos faciais, como para a acne ativa e em processo de cicatrização, para dermatite e rosácea e rejuvenescimento; e corporais, como a redução de medidas, suavização de estrias, tratamento para celulite e diminuição da retenção hídrica.

E os atendimentos voltados para fisioterapia em ortopedia podem atender casos de torções, fraturas em diversas regiões, lombalgias, dores de coluna e outros casos de origem ortopédica ou reumatológica, como artrite, artrose e lesões de esforço repetitivo (LER).

SERVIÇO – Atendimento gratuito de Fisioterapia

Onde: Núcleo Integrado de Saúde da Estácio (Av. Alm. Alexandrino de Alencar, 708, Alecrim)

Inscrições:  (84) 99158-5513 (Whatsapp), das 13h às 17h.

Devolver valor da compra tem atraído clientes e incentivado vendas no varejo

 

Estudo da Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização mostra que 55% dos consumidores preferem fazer compras em lojas que oferecem o benefício. A rede de lojas Mioche está devolvendo toda a quantia paga na compra

Na hora de ir às compras, o interesse do cliente vai além de preços atrativos, entrega e variedade. Um outro estímulo vem ganhando força no varejo. É o chamado cashback, quando a empresa devolve parte do valor gasto na compra. Os dados confirmam. De acordo com um estudo realizado pela Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização (ABEMF), cerca de 55% dos consumidores brasileiros preferem fazer compras em lojas que oferecem o cashback como benefício.

Essa disposição tem trazido novos negócios e incrementado tíquetes de vendas. Pesquisa da Izio&Co – plataforma de fidelidade que oferece soluções de tecnologia ao mercado –  mostra que o cashback consegue aumentar em 83,5% os gastos do público com compras. Outro diferencial do cashback é que o gasto médio de quem utiliza o benefício em compras é maior em cerca de 85% daqueles que não utilizam, segundo dados da Izio&Co. A prática também amplia a frequência de compra em 57%.

Para o economista e professor do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE), Edgard Leonardo, o cashback é uma recompensa pela fidelidade. ”Quando o cliente compra algo e tem dinheiro de volta, na cabeça dele, a percepção é que isso traz vantagem. E é, de fato, uma vantagem real”, pontuou o consultor. Ele disse ainda que é muito provável que o consumidor comece a escolher esse fornecedor na hora da compra em relação a outro, criando, assim, um laço emocional entre o cliente e a marca. “Há aumento de satisfação do cliente e a empresa constrói defensores da marca”, destacou Edgard.

Divulgação

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cashback é uma recompensa pela fidelidade e prática para divulgar marca

Ganhando comprando

Essa sensação de que está ganhando dinheiro comprando algo tem feito muita gente optar por comprar nesse ou naquele estabelecimento. É uma boa prática que vem transformando negócios. Quem está apostando nessa estratégia é a rede de lojas Mioche – especializada em moda masculina de alto padrão e com 17 lojas no Nordeste. Lançou, este mês, uma campanha de 100% de cashback. Segundo o diretor comercial, Rhuan Penaforte, a intenção é aumentar a visibilidade da marca, fidelizar ainda mais os clientes e criar uma boa relação da marca com o consumidor.

Ao realizar uma compra, em uma das unidades da rede, o cliente receberá de volta todo o valor gasto nela. Ou seja: toda a quantia paga será revertida em forma de cashback para ser utilizada no período entre 01 e 31 de março. A campanha segue até o próximo dia 29 deste mês.

Estrelas do TikTok

Os embaixadores da iniciativa são os irmãos Vitor Barreto e Vinicius Barreto, que já contabilizam mais de 4.5 milhões de visualizações nos seus perfis das redes sociais. Estrelas do TikTok, os influenciadores ficaram famosos com postagens de humor, danças e vídeos. Com 22 anos de atuação, a rede de lojas Mioche (@miocheoficial) já conta com 17 lojas de varejo entre Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. Também está presente em mais de 1.000 lojas multimarcas, que representam e revendem a Mioche em todo o país.

 

Caso importado de sarampo acende alerta para vacinação contra a doença

 

Infectologista destaca que a imunização é o único caminho para prevenir e erradicar a doença, que pode ser transmitida de pessoa a pessoa pela via aérea

Um caso importado de sarampo registrado no Rio Grande do Sul, em dezembro de 2023, acendeu um alerta importante sobre a necessidade de se manter as vacinas em dia.  Mesmo sem novos registros da doença, o Ministério da Saúde recomenda que as pessoas que ainda não receberam o imunizante tomem a vacina, recomendada para crianças a partir de 1 ano até adultos de 59 anos. Nos últimos dois anos, esse foi o segundo registro no país da doença, que havia sido erradicada em 2016: o outro foi em 2022.

O médico infectologista Claudilson Bastos, consultor técnico do Sabin Diagnóstico e Saúde, destaca que a vacinação é o único caminho para prevenir e erradicar o sarampo, que pode ser transmitido de pessoa a pessoa, por via aérea, ao espirrar, tossir, falar e até mesmo respirar. “O sarampo é causado por um vírus da família Paramyxoviridae, com alto potencial contagioso, mas que pode ser evitado por meio da imunização, que é eficaz e segura. Por isso, é importante vacinar, principalmente, as crianças. Uma das opções disponíveis é a tríplice viral, que protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola. A primeira dose deve ser aplicada no primeiro ano de vida, com o reforço feito após 15 meses”, informa.

O infectologista ainda acrescenta que adolescentes, adultos e idosos não imunizados na infância ou que não tenham a certeza da imunização devem se proteger o quanto antes para prevenir a contaminação e possíveis casos graves. Para isso, há vacinas disponíveis no SUS  e na rede privada. “O Calendário Nacional de Vacinação oferece imunização para pessoas de 12 meses a 59 anos, sendo recomendadas duas doses até 29 anos e uma dose para indivíduos não vacinadas acima de 30 anos. Já o esquema da rede privada consiste em realizar a aplicação das duas doses a partir do primeiro ano de vida, sem limites, com intervalo mínimo de um mês entre elas”, afirma.

Sintomas do sarampo

Os primeiros sintomas do sarampo se assemelham aos de um resfriado comum ou da gripe, como tosse seca, coriza, mal-estar intenso, inflamação nos olhos (que lembra conjuntivite) e febre maior que 38 oC. O indício mais emblemático,  conforme explica o infectologista, é quando as pessoas apresentam manchas na pele, sem secreção, que aparecem entre 3 e 5 dias após a contaminação. Inicialmente, as lesões surgem no rosto e atrás das orelhas e se espalham, em seguida, pelo restante do corpo.

“Devemos ficar atentos após o aparecimento das manchas, porque ela pode vir com a persistência da febre, apontando para uma possível gravidade da doença, principalmente em crianças menores de 5 anos”, informa Bastos, que acrescenta: “Há quem apresente ainda outros sintomas, como os gastrointestinais (vômito e diarreia); neurológicos, que podem evoluir para uma encefalite (inflamação cerebral); e pulmonares, com uma pneumonia viral”.

Outras vacinas disponíveis 

Além da vacina tríplice viral, o Brasil disponibiliza outros imunizantes que previnem o sarampo: a dupla viral, que protege contra o vírus do sarampo e da rubéola e que pode ser utilizada para o bloqueio vacinal em situação de surto; e tetraviral, responsável por prevenir os vírus do sarampo, da caxumba, rubéola e varicela (catapora).

Sobre o Grupo Sabin  

Referência em saúde, destaque na gestão de pessoas e liderança feminina, dedicado às melhores práticas sustentáveis e atuante nas comunidades onde está presente, o Grupo Sabin nasceu na capital federal, fruto da coragem e determinação de duas empreendedoras, Janete Vaz e Sandra Soares Costa, em 1984. Hoje, conta com cerca de 7000 colaboradores unidos pelo propósito de inspirar pessoas a cuidar de pessoas.

Presente em 15 estados, além do Distrito Federal, a empresa oferece serviços de saúde com excelência, inovação e responsabilidade socioambiental às 78 cidades em que está presente e atende a mais de 7 milhões de clientes por ano, em 350 unidades distribuídas de norte a sul do país.

O ecossistema de saúde do Grupo Sabin integra um portfólio de negócios que contempla análises clínicas, diagnósticos por imagem, anatomia patológica, genômica, imunização e check-up executivo.  Além disso, contempla também serviços de atenção primária, contribuindo para a gestão de saúde de grupos populacionais por meio de programas e linhas de cuidados coordenados, com a Amparo Saúde, e a plataforma integradora de serviços de saúde – Rita Saúde – solução digital que conta com diversos parceiros como farmácias, médicos e outros profissionais, promovendo acesso à saúde com qualidade e eficiência.

Cinépolis participa da Semana Do Cinema com ingressos a partir de R$ 12,00

 

Promoção é válida de 22 a 28 de fevereiro nas salas tradicionais e Macro XE com ingressos a R$ 12 e nas salas VIP, IMAX, 4DX e Júnior com ingressos a R$ 29,90

Para celebrar a magia do cinema nas telonas, a Cinépolis se une à mais uma edição da “Semana do Cinema”, que acontece em todo o país de 22 a 28 de fevereiro. Durante esse período, os ingressos serão disponibilizados com preço a partir de R$ 12,00 e os combos de pipoca e bebida terão valores especiais.

Durante a “Semana do Cinema”, os ingressos para as salas tradicionais 2D e 3D, assim como para as salas Macro XE, terão preço único de R$ 12,00, enquanto para as salas VIP, IMAX, Júnior e 4DX, o valor será de R$ 29,90. O combo especial, composto por uma pipoca média salgada e duas bebidas, estará disponível a partir do valor de R$ 26,00. Em Natal, o Cinépolis opera no Natal Shopping, na zona sul da capital potiguar.

A programação será variada, abrangendo gêneros como comédia,  romance, infantil, drama, entre outros, com filmes como “Madame  Teia”, “Bob Marley: One Love”, “Masha e o Urso”, o indicado ao Oscar de Melhor Filme “Zona de Interesse”, entre outros.

Sobre a Semana do Cinema

A iniciativa segue uma tendência mundial de promover, em clima de  festa, a magia da experiência cinematográfica, como já é tradicional  nos Estados Unidos com o National Cinema Day, e na Espanha, com a  La Fiesta del Cine. No Brasil, a campanha é idealizada pela FENEEC (Federação Nacional das  Empresas Exibidoras Cinematográficas) e conta com o apoio da ABRAPLEX (Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex). Na primeira edição brasileira da “Semana do Cinema”, realizada entre os dias 15 e 21 de setembro de 2022, houve um crescimento de 296% no público e 127% na renda, de acordo com levantamento da Comscore. Ao todo, mais de 3,3 milhões de espectadores se envolveram na campanha.

Serviço “Semana do Cinema”Em todas as unidades da CinépolisData: de 22 a 28 de fevereiro.Todas as sessões nas salas tradicionais da Cinépolis 2D e 3D e nas salas Macro XE, além das salas VIP, IMAX, Júnior e 4DX.Preço dos ingressos: a partir de R$ 12,00 | Preço do combo especial: a partir de R$ 26,00Vendas: ingressos online, bilheterias e ATM e combos na bombonière, podendo ser adquiridos à parte, sem necessidade de comprar o ingresso atrelado.

Lula no Oriente Médio: trégua humanitária, cooperação bilateral e protagonismo dos BRICs

 

Especialista em Relações Internacionais do CEUB destaca a visita como tentativa de fortalecimento das relações comerciais entre Brasil e países africanos

Durante missão internacional na África e Oriente Médio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou uma abordagem multipolar e buscou cultivar as relações comerciais entre os países, indicando, por exemplo, a utilização de uma moeda alternativa ao Dólar nas transações comerciais. Danilo Porfírio, professor de Relações Internacionais do Centro Universitário de Brasília (CEUB), avalia essa estratégia política, destacando que uma visão simplista não resolverá a situação de Israel e Palestina, e comenta a necessidade de reforma estrutural na ONU.
Confira a entrevista, na íntegra:
Como analisa o discurso do presidente Lula na sessão do Conselho de Representantes da Liga dos Estados Árabes no Egito, especialmente considerando seu histórico de relações diplomáticas com o mundo árabe?
DP: Lula manteve um alinhamento político e ideológico já conhecido nos seus outros governos, especialmente em relação aos países árabes. Há interesses econômicos claros com os países árabes, especialmente no fornecimento de commodities vegetais e na exportação de carne, o que representa um espaço potencialmente interessante para o agronegócio brasileiro. No aspecto ideológico, há uma simpatia pela causa palestina por parte do governo brasileiro e os árabes, mesmo que de forma contraditória, estão alinhados com essa questão. Portanto, o discurso crítico de Lula em relação a Israel pode gerar simpatia por parte da comunidade árabe em relação à sua pessoa e ao seu governo.
Como enxerga o papel do Brasil como mediador ou facilitador de discussões sobre a guerra no Oriente Médio, dada a visita do presidente Lula ao Egito e suas possíveis discussões sobre o tema?
DP: Na teoria, nossa diplomacia está preparada para o processo de composição e mediação de conflitos. Na teoria, as comunidade palestina, árabe e a israelense convivem de forma exemplarmente pacífica no Brasil, que aspira o papel de protagonista no processo de mediação e composição de conflitos no Oriente Médio, especialmente em relação a Hamas e Israel. Mas na prática, na Realpolitik, esse projeto  está longe de se concretizar. Primeiramente, as tensões entre o governo brasileiro e Israel dificultam a possibilidade de o Brasil assumir esse papel de protagonismo.
Além disso, historicamente, questões dessa natureza são geralmente resolvidas por grandes potências, como a Rússia, quando se trata de interesses árabes ou relacionados aos países de maioria islâmica, e os Estados Unidos e a Europa, quando se trata de Israel. Já vimos exemplos no passado, o Brasil tentando mediar questões, como o tratado nuclear no Irã, quando os americanos e europeus simplesmente ignoraram nossas iniciativas. Portanto, há uma diferença significativa entre as aspirações do Brasil e a realidade do mundo político.
Qual impacto acredita que a assinatura do acordo na área de bioenergia entre Brasil e Egito poderá ter nas relações bilaterais entre os dois países e na cooperação em questões ambientais e energéticas?
DP: O Brasil tem uma trajetória histórica de avanços em recursos bioenergéticos, como o álcool, o óleo de mamona e outras fontes renováveis. Esse acordo também abre oportunidades de mercado com o Egito, um país populoso e economicamente relevante entre as nações africanas. Portanto, representa uma chance de aproveitar o desenvolvimento tecnológico brasileiro para impulsionar essas relações comerciais.
O presidente brasileiro enfatizou a necessidade de um cessar-fogo na Faixa de Gaza e criticou a resposta da ONU ao conflito. Como avalia o papel das organizações internacionais, como a ONU, na resolução de conflitos regionais como o conflito israelo-palestino?
DP: A ONU precisa ser reformada em suas estruturas e papéis. O modelo atual, baseado na Segunda Guerra Mundial, não reflete mais a realidade global. O Conselho de Segurança, especialmente devido aos poderes de veto dos membros permanentes, muitas vezes torna a organização impotente diante dos interesses das grandes potências. Sua atuação em questões como o conflito entre Palestina e Israel é frequentemente prejudicada pelos vetos de membros como Rússia e Estados Unidos.
As agências e braços da ONU também devem ser revisados em termos de responsabilidades, incluindo a seleção e o desempenho de seus agentes. As acusações de envolvimento com grupos como o Hamas por parte de membros da organização, ligados à agência de refugiados, são preocupantes e devem ser abordadas. A ONU deve manter seu papel de promover a paz e assistência, não de alimentar conflitos.
Lula defendeu o reconhecimento do Estado palestino e seu ingresso na ONU como membro pleno. Quais são os possíveis impactos políticos e diplomáticos desse reconhecimento tanto na região do Oriente Médio quanto no cenário internacional?
DP: Na teoria, a criação de um Estado palestino soberano poderia contribuir para a pacificação do Oriente Médio. Vale ressaltar que a consolidação do acordo entre os países do Golfo, como a Arábia Saudita, e Israel, representada pelo Pacto Abraâmico, encontrou obstáculos devido ao recente conflito entre Hamas e Israel. A resolução da questão palestina não apenas pacificaria a região, mas retiraria justificativas para a violência perpetrada por movimentos insurgentes. Mas parece que o Estado israelense não tem interesse na criação de um Estado palestino e as grandes potências, como EUA, Europa, Rússia e China, não demonstram comprometimento sólido com a causa. Portanto, a situação está longe de ser resolvida.
Quanto à questão de o Brasil ingressar no Conselho Permanente da ONU, vemos apenas promessas vazias que nunca se concretizam. Ao mencionar o Brasil, é importante considerar a necessidade de uma representação mais plural na ONU. Isso não se resume apenas à sua entrada no Conselho de Segurança, mas também a outros países com status semelhante ou superior, como Japão, Alemanha, Argentina, México, Egito e África do Sul. Acredito que a atual situação da ONU parece estar estagnada.
Lula mencionou o aumento significativo do comércio entre o Brasil e os países árabes. Como essa relação comercial pode influenciar as dinâmicas políticas e diplomáticas entre as nações envolvidas?
DP: Aproximações têm uma dimensão regional entre o Brasil e esses países, intensificando as boas relações comerciais. Isso pode ter uma dimensão política na construção de formas de decisão ou posicionamento unânime, mas especificamente dentro de um contexto regional, e não global. Não estamos presenciando a formação de um grande bloco capaz de rivalizar com as grandes potências, seja em termos militares ou econômicos, e muito menos de se posicionar em igualdade com elas.
Qual é a relevância da participação dos países da Liga Árabe na COP-30 sobre mudança do clima, que será sediada pelo Brasil em 2025, especialmente considerando os desafios ambientais globais?
DP: As questões ambientais estão intrinsecamente ligadas à exclusão. Os países árabes, em conjunto com outras nações emergentes, têm o potencial de exigir uma corresponsabilidade efetiva dos países desenvolvidos em relação à preservação ambiental. Não há desafio mais sério para o meio ambiente do que a pobreza, uma vez que a poluição e a degradação ambiental estão diretamente ligadas a ela.
Assim, cabe aos blocos desenvolvidos assumirem uma responsabilidade genuína, algo que, na prática, raramente ocorre. Portanto, o papel dos países da Liga Árabe é fortalecer o coro dos países subdesenvolvidos, emergentes e do terceiro mundo. Eles devem trabalhar na perspectiva de promover o desenvolvimento em escala global, visando estabelecer sociedades e economias sustentáveis em todo o mundo.
Como interpreta a referência do Presidente Lula à Iniciativa Árabe pela Paz durante seu discurso, e quais são as perspectivas para a resolução do conflito entre Israel e Palestina, considerando as recentes ações e declarações dos envolvidos?
DP: A simpatia de Lula pela ação dos países árabes parece ter um cunho ideológico. É importante buscar uma composição que promova a cessação das hostilidades e, idealmente, a paz. No entanto, os países árabes não podem apenas exigir uma postura de Israel em relação à situação humanitária da Palestina sem pressionar o Hamas e outros grupos políticos a respeitar e reconhecer Israel.
Isso inclui condicionar o reconhecimento e o respeito à autoridade do povo do Estado israelense à criação de um estado palestino, à autonomia e à independência do povo palestino. Não pode haver apenas uma postura de fazer de conta que não se vê nem se ouve. Portanto, é preciso reconhecer que, apesar de falar em mediação e composição, o governo Lula parece ter uma visão simplista sobre a situação de Israel e Palestina. Esse ponto merece reflexão.