A jornada das famílias com crianças e adolescentes com câncer ou doenças hematológicas crônicas

Ana Carolina Galvão – Assistente Social Casa Durval Paiva – CRESS/RN 3731

Lidar com o diagnóstico do câncer ou doenças hematológicas crônicas em crianças e adolescentes é uma situação desafiadora para toda e qualquer família. Em sua maioria, os que compõem o núcleo familiar, assim como o paciente, enfrentam um grande impacto emocional e social.

O Serviço Social, enquanto porta de entrada dessas famílias na Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval Paiva, realiza o acolhimento e a primeira escuta institucional. Durante os processos interventivos, percebeu-se que as pessoas de referência, responsáveis, chegam, ainda, em um processo de compreensão e aceitação do diagnóstico.

Suas falas são carregadas por distintas emoções: medo, esperança, tristeza, fé, raiva…Nesse momento ressalta-se a importância da comunicação aberta, o encorajamento para dialogar sobre o assunto com o paciente, familiares e equipe médica sobre sentimentos, preocupações e dúvidas.

Também, se orienta sobre a necessidade de buscar informação, para melhor compreender o tratamento, seus efeitos, a temporalidade e as possíveis intercorrências.

Por fim, se enfatiza a importância do acompanhamento multidisciplinar na dimensão biopsicossocial, encaminhando o paciente e seu acompanhante para avaliação com profissionais da odontologia, farmácia, pedagogia, psicologia, fisioterapia, além dos setores de Diagnóstico Precoce e Casa dos Ofícios.

Durante esse processo inicial, de diagnóstico e começo de tratamento, tem-se a compreensão da necessidade de fortalecimento sistemático da família, para continuidade da vida diária, mesmo com as mudanças trazidas pelo tratamento e da inserção desse núcleo em organizações e espaços que pautem a temática, como a Casa Durval Paiva, que atua, há 29 anos, no acolhimento e acompanhamento de crianças e adolescentes com câncer e doenças hematológicas crônicas.