Intenção de Consumo das Famílias natalenses soma quatro meses em alta consecutiva

Índice medido pela CNC registra aumento de quase 20 pontos em relação a março do ano passado, mas famílias natalenses ainda estão insatisfeitas com sua capacidade de consumo.
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) natalenses alcançou 87,5 pontos em março, registrando um aumento de quase 20 pontos em relação ao mesmo mês do ano passado. O indicador natalense também apresentou crescimento em relação a fevereiro, com um aumento de 1,6 ponto. Esse é o quarto mês consecutivo de alta, de acordo com a pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Ainda de acordo com a análise, o indicador da capital potiguar está 15,2 pontos abaixo da média nacional (102,5), onde ainda se registra leve grau de satisfação, pois indicadores abaixo de 100 pontos sinalizam a insatisfação das famílias com sua capacidade de consumo, emprego e renda. A alta da inflação é o indicador econômico que tem mais pesado para essa perspectiva negativa.
Famílias que ganham acima de 10 salários registram alto grau de satisfação
Quando analisada a faixa de renda, as famílias natalenses que ganham até 10 salários-mínimos registraram uma intenção de consumo de 84,5 pontos, o que puxou o indicador geral para o campo da insatisfação.
Por outro lado, as famílias que ganham acima de 10 salários-mínimos registraram uma intenção de consumo de 120,7 pontos, o que representa elevado grau de satisfação, acima até da média nacional para esse substrato da população (116,9). Esse cenário traduz o maior peso da inflação para a população de menor renda e a grande desigualdade social do estado.
“O crescimento contínuo da intenção de consumo sinaliza que as condições econômicas mais favoráveis vêm se mantendo, especialmente para as famílias de menor renda. Entretanto, a inflação crescente continua retirando poder de compra dessa população, o que deve impactar os futuros indicadores do comércio. Daí a importância de políticas que estimulem os investimentos e a geração de emprego e renda no estado para retomar a confiança do consumidor”, afirma o presidente da Fecomércio RN, Marcelo Queiroz.
Os sete indicadores que compõem a ICF também registraram avanço na comparação entre março de 2024 e março de 2025: Emprego atual; Perspectiva profissional; Renda atual; Acesso ao crédito; Nível de consumo atual; Perspectiva de consumo; e Momento para Duráveis.
Em nível nacional, o índice manteve o processo de queda dos últimos seis meses e reduziu 1,4% em março diante do mesmo mês de 2024. “Os resultados deixam claros os efeitos adversos que a economia brasileira vem apresentando. As famílias estão se sentindo cada vez mais cautelosas com os seus gastos e preocupadas com o futuro”, afirma o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.