RN participa de ações de promoção da Embratur em países da América do Sul

A Empresa Potiguar de Promoção Turística do Rio Grande do Norte, (Emprotur-RN) promove destino Rio Grande do Norte no Roadshow Visit Brasil – Um olhar sobre a diversidade brasileira na América do Sul. O evento é realizado nos países:  Uruguai (19), Argentina (20), Chile (22), Peru (26) e Colômbia (27) até o próximo dia 27.

O roadshow é uma iniciativa do Governo Federal Brasileiro por meio da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) com apoio do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Ministério do Turismo, e Ministério das Relações Exteriores.

O Rio Grande do Norte participa do evento levando para os agentes de viagens capacitações sobre os principais segmentos turísticos do estado destacando a ampla diversidade que o Rio Grande do Norte pode oferecer para os visitantes internacionais.

“A participação nesse formato de evento é uma oportunidade de ampliar os laços com países vizinhos, apresentando nossos diferencias atrativos e as potencialidades do nosso destino, além de fortalecer a marca do Visite Rio Grande do Norte em mercados importantes”, destaca a diretora de Promoção Turística da Emprotur-RN, Nayara Santana.

Antologia homenageia professor e folclorista Luís da Câmara Cascudo

Chá de lançamento “Imortais da Abrasci” será evento de lançamento da antologia de 110 anos de “Imortais da Abrasci” homenageia o professor Luís da Câmara Cascudo, um dos fundadores da Academia Brasileira de Ciências, Artes, História e Literatura. O livro será lançado em um “Chá Acadêmico” no dia 24/02 no Ludovicus – Instituto Câmara Cascudo, 377, na Cidade Alta.

*Vivas de Jurema Cansanção*

No sábado (17) foi dia de vivas e comemorações para a querida Jurema Cansanção, que celebrou 7.0 em uma tarde agradável, no Issa Hazbun, em Petrópolis.
A comemoração se deu início com uma Missa em Ação de Graças, que emocionou a todos com lindos depoimentos das filhas de Jurema, Ana Paula e Ana Elisa. A decoração foi numa pegada clássico e chic, com um buffet assinado por Fátima Barros. Uma tarde especial para a querida Jurema Cansanção! Desejo muitas felicidades e anos de vida! Com fotos e infos by Bebeto Torres.

Parceria entre Sebrae e Correios facilita a operação logística das MPEs potiguares

O Sebrae no Rio Grande do Norte e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos uniram-se para apoiar e facilitar a operação logística das micro e pequenas empresas do estado. As duas instituições firmaram convênio com o objetivo ofertar soluções logísticas inovadoras acessíveis aos empreendedores potiguares de micro e pequeno portes. A parceria tem foco na conjugação de esforços para promover a aproximação e oferecer soluções de tecnologias em logística e cooperação de natureza tecnológica e científica para os pequenos negócios.

O acordo faz parte de um Termo de Cooperação Técnica mais amplo, assinado pelo Sebrae Nacional e os Correios, em âmbito nacional. No Rio Grande do Norte, por meio da parceria, as duas instituições vão desenvolver um Plano de Trabalho, que está baseado em três eixos: E-Commerce, Internacionalização e Políticas Públicas.

O eixo e-commerce contempla ações para desenvolvimento do mercado digital e para estimular comércio eletrônico entre as micro e pequenas empresas do Rio Grande do Norte. Além disso, a parceria também abrange a área de internacionalização dos pequenos negócios, implementando ações de desenvolvimento da internacionalização, incentivo às exportações e importações. O terceiro eixo é o das políticas públicas, que prevê o desenvolvimento de políticas públicas de apoio aos micros pequenos empreendedores potiguares para o uso soluções de logística.

Outro benefício do programa será a possibilidade de empreendedores atendidos divulgarem gratuitamente suas lojas virtuais na Vitrine do portal dos Correios, que é o terceiro site mais visitado do Brasil e 26º mais visitado no mundo.

Segunda temporada de Cangaço Novo é confirmada pelo Prime Video

A série “Cangaço Novo”, produzida pelo Prime Video e dirigida por Aly Muritiba e Fábio Mendonça, está pronta para retornar com sua segunda temporada. O anúncio foi feito por meio de um vídeo estrelado por Allan Souza Lima e Alice Carvalho, os protagonistas da trama, nas redes sociais.

 

Carnaval de rua está sob ataque em múltiplas frentes, diz historiador

O carnaval está sob ataque! A afirmação é do historiador, escritor e professor Luiz Antonio Simas, que expressa preocupação com tentativas de descaracterização da festa popular pelas pressões do capital e do proselitismo religioso.

“O carnaval assusta porque afronta a decadência da vida em grupo, reaviva laços contrários à diluição comunitária, fortalece pertencimentos e sociabilidades e cria redes de proteção nas frestas do desencanto”, defendeu nas redes sociais nesta sexta-feira (9), véspera do início oficial do carnaval no Brasil.

Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, o escritor sustenta que a festa é um dos modos de se enfrentar a morte enquanto aniquilamento do ser e disciplinar de corpos.

Leia:

Agência Brasil: Algo que impressiona é a versatilidade do teu campo de pesquisa. Queria que falasse um pouquinho sobre a tua história. Não sei se você tem um termo para sintetizar esse interesse plural.

Luiz Antonio Simas: Não sei se é tão diverso assim. Aparentemente, é. Venho de uma história familiar que, de certo modo, me colocou diante das coisas que eu escrevo, com as quais eu trabalho. Eu sou carioca, mas venho de uma família formada, majoritariamente, por pernambucanos e alagoanos e sou neto de uma mãe de santo, a Dona Beta. Ela se iniciou no Recife, veio para o Rio de Janeiro e tinha uma casa aberta aqui. E, além disso, a minha família acaba tendo uma relação muito íntima com o samba. Tive um tio que foi presidente de um bloco carnavalesco, teve aula em escola de samba. A família sempre esteve muito envolvida com esse tipo de coisa. Sobretudo a experiência de ter sido criado em terreiro, de certa maneira, moldou boa parte do que eu sou. E, sobretudo no Rio de Janeiro, a casa da minha avó foi cruzada por diversas referências de encantarias, umbandas que estavam por aqui. A casa da minha vó dialogava, por exemplo, com a tradição do tambor de mina maranhense, porque ela era muito amiga de uma senhora, a Dona Luzia, que era ligada a ele. Dona Mundica, que era uma espécie de avó minha, porque era praticamente irmã da minha avó, que era ligada a encantarias do Pará.

Venho de uma infância marcada por esse tipo de coisa. E era uma família muito festeira. Dá a impressão, penso nisso hoje, que era uma família que se mobilizava, o ano todo, por um calendário de festividade. Primeiro, as festividades do terreiro, que eram muito importantes. Segundo, o carnaval. Família muito carnavalesca, a ponto de, na minha vida, eu só ter passado um carnaval fora do Rio de Janeiro. O único eu passei quando era garoto. Uma família muito ligada pelas festas nordestinas. Também é um ciclo as festas de São João. Era uma família muito festeira, isso é uma características, e trouxe muito isso.

Meu trabalho posterior, como historiador, escritor, compositor de música popular, dialoga muito com essa tradição. Agora, isso que parece muito diverso. É verdade, eu sou um interessado na cultura brasileira de uma forma muito ampla, mas acho que tem duas questões importantes. A primeira delas é a seguinte: costumo dizer que tudo o que estudo é atravessado por um fio que vai costurando isso. Eu, a rigor, estudo as sociabilidades festeiras do Brasil. Se você me der para definir, sou um estudioso das sociabilidades construídas pela festa. Festas que são sagradas, festas que são profanas. Tenho desde livros sobre futebol, com ênfase muito grande em torcidas e tal, até livros sobre festividades do cristianismo popular.

Agência Brasil: Simas, no teu curso de terreirização do mundo, em entrevistas e obras tuas, você sempre reafirma que estamos em constante luta contra a morte. O que quer dizer com isso, para quem não teve contato com a tua pesquisa?

Luiz Antonio Simas: A morte é um fenômeno que está ligado ao campo da espiritualidade. Por isso é que falo, no Corpo encantado das ruas, que o contrário à vida, nesse sentido, não é a morte, é o desencanto. E o contrário da morte não é exatamente a vida, é o encantamento. Por quê? Porque, quando eu falo dessa luta contra a morte, não é a luta contra o fenômeno fisiológico da cessação dos nossos impulsos vitais, mas é contra uma aniquilação que nos atinge em vida, é o fenômeno do desencanto. Por isso que já também escrevi que existe mortos que estão muito mais vivos do que alguns vivos.

Quando você conhece essa cultura de terreiro, o encantamento prevalece ali. A morte da qual eu falo é uma morte cotidiana, na produção do aniquilamento do ser, do desencanto, de corpos que são aniquilados, coordenados ou disciplinados dentro de uma lógica determinada pela força do capital, do relógio. Nós estamos lutando, o tempo todo, contra essas mortes que são parte da experiência cotidiana. Isso é crucial. A afirmação da vida opera nessa dimensão.

Agência Brasil: Nesse curso, você comentou o caso de uma escola de samba, não me recordo bem, Simas, em que Exu tomou conta, durante um desfile, algo assim.

Luiz Antonio Simas: Acho que foi um texto que escrevi sobre, se não me engano, uma entrada na avenida da bateria da Portela. Foi o seguinte: em 2013, a Portela fez um enredo sobre Madureira. E a bateria veio fantasiada de Zé Pelintra, porque o Mercadão de Madureira é o maior centro de artigos afroreligiosos do Rio de Janeiro e um dos maiores do Brasil. O que se conta nesse processo todo é que a bateria faz um Zé Pelintra trajado com as cores da Portela, azul e branco, quando o Zé Pelintra costuma usar o vermelho e o branco, quando ele vem para trabalhar como encantado. Dizem que teria ocorrido um fenômeno que, em um ensaio, um componente da escola teria recebido Dona Maria Padilha [uma pombagira] e Dona Maria Padilha teria dito que trazia um recado de Seu Zé Pelintra. Que a Portela só seria autorizada a desfilar com a bateria fantasiada de Seu Zé Pelintra, primeiro, se usasse as cores dele e, segundo, se Seu Zé Pelintra tivesse uma festa para ele, na entrada do desfile. E aí acontece um fenômeno muito impactante, porque a Portela estava se preparando para entrar na Sapucaí, o setor um das arquibancadas está lotado e, de repente, entram tambores. Os ogãs começam a cantar para ele. O que se conta ali é que a rainha da bateria incorpora Dona Maria Padilha e começa uma gira para Seu Zé Pelintra antes do desfile da Portela. Foi impactante porque aquilo surpreendeu as pessoas e a Marquês de Sapucaí virou uma gira de macumba. Foi um momento muito forte, porque a Portela cumpriu o que o Seu Zé Pelintra havia pedido, para que pudesse desfilar. E é o que eu digo sempre: é um terreiro. Na minha percepção, o terreiro não é um espaço de fixidez religiosa. Tento entender o terreiro como um território praticado na dimensão de encantamento do mundo. Então, a tua esquina, a praça podem virar terreiro, porque podem ser praticadas na dimensão do encanto. Ali se consolidou a terreirização da Sapucaí de uma maneira muito forte.

Agência Brasil: Simas, como você tem visto esse crescente interesse por terreiros? Como você vê as críticas ao embranquecimento de terreiros, já que têm algumas pessoas que andam revoltadas com isso?

Luiz Antonio Simas: Não sei se essa realidade é igual em tudo quanto é lugar. Acho que tem um debate ligado a terreiro em São Paulo que é completamente diferente do debate no Rio de Janeiro, onde o debate sobre a mercantilização, o mercado religioso, me parece mais acirrado do que o Rio de Janeiro. Porque o Rio de Janeiro é aquela macumba carioca, é aquela coisa de que tudo é muito encruzilhado nesse sentido. Eu escrevi não à toa um livro que se chama Umbandas, no plural, porque acho que, na verdade, você tem uma pluralidade enorme desse ecossistema de sabedorias encantadas, as mais diversas que tem.

Agora, esse apreço pela cultura de terreiro é, de certa maneira, uma reação também a um processo galopante de desencanto. Isso é muito forte. Quando a gente pensa em terreiro, em escola de samba, acho que está tudo junto, porque as culturas são brancas, operam em uma dimensão em que não há dicotomia entre o sagrado e o profano. O que existe é uma sacralização do profano e uma profanação do sagrado que se estabelece o tempo todo, isso acontece com muita frequência. De certa forma, o terreiro é um espaço de reconstrução de pertencimento coletivo de vida, e a gente está vivendo em um mundo em que essas instâncias coletivas de pertencimento estão sendo estraçalhadas. Isso acontece muito.

Há um ataque a essa ideia da vida usufruída como um bem coletivo que é muito forte. Há uma reação a isso. O que a gente está vivendo é um embate. Existe um embate entre essas questões. Agora, isso traz todos os paradoxos que você pode imaginar. A religião é muito impactada pelo avanço das redes sociais. Óbvio que existe uma disputa pelo mercado religioso, que envolve muita coisa. Mas eu não sou um especialista nesse debate. A realidade que eu vivo é uma realidade um pouco diferente da de certos locais. É mais acirrado esse debate sobre embranquecimento. E aí a gente tem que pensar no que a gente está chamando de terreiro, porque, por exemplo. É um embranquecimento de uma certa linha de umbanda? Isso não é de hoje. É um embate da história da umbanda que vem da primeira metade do século XX. Evidente que tem. São os paradoxos do Brasil.

Por outro lado, você vai a uma igreja evangélica popular e é pouco provável que você veja que uma ampla gama de fiéis seja composta de negros. Isso acontece. Acho que a gente não pode perder a dimensão de que essas culturas de terreiros são oriundas de saberes não brancos, isso é fundamental. Saberes oriundos das praias africanas que se redefinem no Brasil. Acho importantíssima também a dimensão da influência indígena das encantarias e que é interessante eu e todo mundo sairmos para estudar os encantos fora do eixo Rio-São Paulo. Se vai para o Maranhão, o Pará, algumas regiões da Paraíba, o Ceará, o sertão do Cariri, as experiências encantadas são muito intensas.

Agência Brasil: Você tem tido interesse, no âmbito da pesquisa, por algo que não estava tanto no teu radar, que tem a ver com esse momento do país, de tentativas de retomada da cultura democrática, algo que tem bastante relação com o teu trabalho? E teve algo que você ainda não viu nas escolas e que adoraria ver?

Luiz Antonio Simas: Acho que o carnaval, primeiro, é múltiplo. A gente tem dos mais diversos aqui. Eu defino o carnaval como uma festa de reconstrução de sentido coletivo de vida. Ao mesmo tempo, não tenho dúvida, porque gosto de estudar a história do carnaval e tenho estudado isso, o carnaval é muito mais marcado por confrontos do que por consensos. A disputa entre um carnaval elitista e um carnaval que é popular, toda a complexidade que envolve as escolas de samba, a dimensão do carnaval de rua. Tem uma coisa que me preocupa muito hoje, por exemplo. Acho que o carnaval de rua está sob ataque. E sob ataque múltiplo. Por quê? Porque sofre ataque de um certo discurso de ordenação pública que busca a contenção da festa. Está sob o ataque do proselitismo religioso, sobretudo pelo avanço pentecostal, que tem a tendência de demonizar festejos populares marcados pelas culturas de rua, afrobrasileiras.

Mas existe uma terceira instância de ataque que acho muito relevante. O carnaval de rua tem sido violentamente atacado pelo mercado, e isso talvez seja um perigo enorme, porque você começa a mensurar uma festa popular a partir de uma dimensão restrita à lógica da circulação de capital que pode estar acontecendo. Quando o carnaval começa a ser festivamente ordenado, muito marcado pelo impacto que têm algumas marcas, pela cultura dos megablocos, aí você tem um jogo que envolve o capital e é perigoso, porque, aparentemente, um jogo favorável ao carnaval, mas, de certa maneira, é complicado. De que forma, por exemplo, essas instâncias do mercado têm a capacidade de se apropriar das grandes celebrações da coletividade em uma dimensão perigosa, elitista, que acho conservadora, que mensura tudo pela lógica do capital? Tenho estudado bastante essas celebrações populares. Estou em um processo de concluir um livro que seria uma espécie de dicionário das culturas tradicionais do Brasil e pensar muito a festa.

Agência Brasil

Blocos e grandes shows arrastam foliões até a quarta-feira de Cinzas

Foto: Reprodução

O carnaval multicultural de Natal tem espaço para muitos ritmos e embala foliões por todas as partes. Na programação oficial da prefeitura são sete polos (Petrópolis, Centro Histórico, Ponta Negra, Rocas, Ribeira, Redinha, Nazaré), e ainda o Circuito Praias. Além dos artistas que sobem aos palcos, dezenas de blocos invadem as ruas da capital potiguar. O Diário do RN conversou com alguns representantes desses grupos que são nota 10 em criatividade.

Em Ponta Negra, O Suvaco do Careca surgiu em 2011, puxando 300 pessoas. Em 2023, alcançou mais de 12 mil foliões. O nome curioso veio de uma vivência do carnaval carioca. “No Rio de Janeiro, eu e minhas irmãs, a gente ia num bloco que sai ao pé da Serra do Cristo Redentor, o nome dele é Suvaco do Cristo, e aí, já que a gente estava em Ponta Negra, a gente trouxe o ‘suvaco’ desse bloco lá do Rio, e então ficou Suvaco do Careca devido a essa homenagem ao Suvaco do Cristo no Rio de Janeiro e ao Morro do Careca de Ponta Negra”, conta Maurício Cavalcanti, que é coordenador geral do bloco. A concentração do bloco Suvaco do Careca será neste domingo (11), a partir das 15h30, na Praça do Gringos.

Também em Ponta Negra, sempre na tarde de sábado de carnaval, os “Poetas, Carecas, Bruxas e Lobisomens” ganham as ruas desde 2005. “A origem do bloco é a praia de Ponta Negra, o morro do careca, a boemia e a beleza daquela área. Eu passei minha infância toda ali. Meu pai tinha a casa e nós veraneávamos em Ponta Negra. Em 2004, nós começamos a pensar numa brincadeira cultural, uma pegada cultural que envolvesse os elementos principais da praia de Ponta Negra, porque não havia nenhuma manifestação, principalmente no conjunto Ponta Negra”, relembra um dos fundadores, o professor Hugo Manso que também explicou que a brincadeira com o título – com personagens alusivos ao mítico e popular folclore, como o lobisomem – surgiu de uma lenda típica da Vila de Ponta Negra, que as mães diziam que as crianças não deveriam subir ao morro à noite.

A concentração do bloco Poetas, Carecas, Bruxas e Lobisomens será no sábado (10), às 16h, na Praça dos Gringos, em Ponta Negra.

Do outro lado da cidade, na avenida Deodoro da Fonseca, em Petrópolis, um batuque diferente: um bloco composto por maioria feminina, desbravando o repertório de Chico Buarque, é o Full Chico, idealizado pela servidora pública Ilana Félix, fruto de uma devoção que nasceu aos 12 anos por Chico Buarque e muito incentivada por sua mãe, professora de português. Ilana já trabalhou com cultura e produção cultural e a ideia veio ao retornar a Natal, após morar fora do país por um tempo, e se deparar com um cenário novo: “Faz mais ou menos três anos que voltei para morar em Natal e vi que o Carnaval estava muito bacana, muito efervescente, muitos blocos na rua e eu já tinha visto na televisão que existem blocos homenageando Chico Buarque em outras cidades, então eu disse: é agora que eu vou botar aqui em Natal um bloco homenageando Chico. Abri um perfil no Instagram e comecei a juntar mulheres que tivessem interesse em tocar uma banda de percussão que só tocasse Chico Buarque”. Oito meses depois, o Full Chico estreia nesta sexta-feira com concentração em frente ao Bar 294.

Também pelas ruas de Petrópolis, faz sucesso o Submarino Amarelo, com os clássicos dos Beatles, numa pegada contagiante do ritmo carnavalesco. Marcos Sá de Paula, idealizador do Submarino Amarelo, conta que a ideia era criar uma banda de carnaval que tocasse Beatles. “Hoje em dia tem de tudo. Você vê até sertanejo no carnaval, em cima do trio elétrico, tem piseiro, tem não sei o que, tem tudo por que não Beatles também? Eles agradam a todo mundo que tem alguma sensibilidade musical. E a gente, trazendo eles para o carnaval, para o frevo, para a marchinha, para o axé, adaptando os arranjos feitos pelos músicos da banda, então a gente vai fazendo cada vez mais, tendo cada vez mais gente”. Desde 2018 o bloco só cresce, arrastando famílias inteiras e grupos de amigos, pessoas de todas as idades. A saída oficial do Submarino Amarelo será no sábado a partir das 16h na Floriano Peixoto, n° 284.

Essas são apenas algumas histórias que ganham as ruas durante a folia de Momo na capital potiguar, mas muitos outros também representam essa data cheia de cultura e tradição. Nesta sexta-feira, a partir das 19h30, tem o “Te reiá galado”, em Capim Macio. Nas Rocas, às 20h, saem “As guerreiras”. Na Redinha estão alguns dos nomes mais tradicionais da folia natalense. Nesta sexta, tem o Bloco Seu Boga, às 18h. Na segunda-feira, “Os cão” invadem o mangue para se vestir de lama. E por lá, a folia invade a quarta-feira de cinzas com o tradicional Baiacu na Vara e o Bloco dos Gari. Fique bem informado sobre a programação completa da folia acessando o Portal Diário do RN.

Diário do RN

As cores do carnaval e a importância simbólica para a arte de Carlos Sérgio Borges

Foto: Anderson Régis

O período de carnaval, marcado pelos blocos, fantasias, confetes e serpentina deixando o rastro dos foliões por onde passam, é sinônimo também de muito trabalho para quem lida na confecção de adereços, tornando este momento um boom nos negócios e nos lucros. Para o artista plástico e aderecista Carlos Sérgio Borges, tudo vai além. Para ele, este é um momento de muita satisfação pessoal e profissional. “É muito trabalho, é muita dedicação, e quando a gente faz a coisa com amor, esse trabalho se torna prazer. Então, é uma coisa que não me cansa, me descansa, porque eu sou muito dedicado ao meu trabalho, a arte em geral, e porque cada coisa também não é só colar, é um desenho, é uma combinação de cores, é o formato perfeito de colocar a pluma. Tudo isso é muito relaxante para mim. E é a minha vida, desde que eu nasci, eu sou envolvido com arte”.

A paixão pelo carnaval está atrelada também à sua infância, aos 13 anos ele desfiou sacos de tecidos que eram de feijão para transformar em saias para brincar com os amigos na rua.

Desde outubro do ano passado, o artista se prepara para o carnaval pesquisando tendências para suas peças, comprando produtos e confeccionando os mais variados itens, como tiaras, broches, reisados, dentre outros. “Eu tenho muitas clientes fixas, que adoram o meu trabalho. Aí, no tempo de carnaval não dá para repetir, tem que ter novidade. As pessoas gostam do meu trabalho, vê que tem inovação, que tem qualidade, que é bom gosto no sentido de coisas boas, não é para você botar na cabeça, cair ou quebrar, não. Tem gente que até coleciona as peças. Ano passado, eu usei muitas flores e orquídeas e usei menos pluma. Esse ano eu estou usando rosas com bordado e lantejoula e as penas de galo, que é um sucesso no Rio e em São Paulo, eu trouxe muitas coisas de São Paulo para Natal”.

A arte pulsante do artista multifacetado
O ateliê amarelo localizado na rua Santo Antônio, n° 704, nas proximidades da Igreja do Galo, na Cidade Alta, o local charmoso é uma aquisição que, segundo ele, sempre faz parte de um sonho, realizado há 5 anos.

Durante a entrevista do Diário do RN, Carlos Sérgio a todo momento estava imerso em sua própria arte, fazendo colagens de pedrarias, relatando seus primeiros passos na arte. “Meu pai não gostava muito de quando eu pintava, dizia que não era ‘coisa de homem’. Mas quando os amigos dele começaram a gostar do meu trabalho, elogiar, ele me disse que eu podia pintar, mas bois e vacas, que era desenho de homem”, recorda e acrescenta que, em meio à sua arte pulsante, desde a infância nunca houve limites para suas cores e criatividades, desenhando na escola, fazendo as lancheiras de aniversários dos coleguinhas do bairro, desde muito cedo, a arte se fez presente em sua vida e o segue até hoje.

Carlos Sérgio também é cenógrafo, artista plástico e também enveredou pelo segmento da escrita com seu livro de pensamentos, amores e experiências únicas, lançado no ano passado ‘As Cores do Amor’, que também faz parte de sua arte, que se expande de várias formas, até mesmo em seu ateliê colorido e cheio de peças, pintadas, confeccionadas e reaproveitadas por ele, como um convite a conhecer sua criatividade, algo que o impulsiona a produzir diariamente, dentro e fora do ateliê. “A arte é a minha vida, é o que me sustenta, o que me dá alegria, tesão, paz, não sei o que seria da minha vida se não fosse a arte”.

Diário do RN

Multidão acompanha a abertura do Carnaval de Natal no Polo Petrópolis

A capital potiguar está, “oficialmente”, vivendo o reinado de Momo. O prefeito Álvaro Dias entregou a chave da cidade ao rei Allan Rafael Gonzaga e à rainha da folia, Érica Priscila Costa Alves. A entrega aconteceu durante a abertura do Carnaval de Natal, na noite desta quinta-feira (8), no Polo Petrópolis, pouco antes do show de Elba Ramalho, que arrastou uma multidão para a praça Pedro Velho.

Antes da cantora paraibana subir ao palco, os foliões dançaram ao som de Valéria Oliveira, Lia de Itamaracá, DuGiba e Maestro Spock de Pernambuco com muito frevo. A praça ficou pequena com a chegada dos blocos: Xô Mosquito e Pediu para parar? parou! – responsáveis por mensagens sociais importantes como o combate ao mosquito da dengue e o respeito às mulheres.

“A presença popular, por ser o primeiro dia, superou todas as expectativas. Uma presença enorme de pessoas. O Polo Petrópolis completamente lotado, mostrando que o povo de Natal gosta, quer participar e quer se fazer presente”, comentou o prefeito.

O gestor acredita que haverá um “efeito cascata” e que esse será o carnaval com maior presença popular em todos os tempos. “Abrindo hoje a folia com esses shows, entregando a chave da cidade ao rei Momo, eu acredito que a participação vai ser cada vez maior”, comemorou Álvaro Dias.

O prefeito subiu ao palco e dançou ao som do frevo e também com as músicas de sucesso da cantora Elba Ramalho. “Quero estar na maioria dos blocos. Vou percorrer todos os Polos. Espero que a alegria tome conta da nossa cidade”, antecipou. Foi durante a apresentação da cantora que Álvaro Dias entregou a chave da cidade ao rei Momo.

Na abertura dos shows, Valeria Oliveira agradeceu o convite da Prefeitura. “Muito obrigada à Prefeitura de Natal pelo convite e pelo investimento na nossa cultura. É uma honra abrir o carnaval de Natal, principalmente nesse ano que completamos 10 anos do projeto Cores da Cidade”, festejou.

Álvaro Dias fez questão de visitar todos os camarins e confraternizar com os artistas da terra e os convidados de fora do Rio Grande do Norte. “Estamos fazendo um carnaval com mais de mil músicos. Nossa gestão é uma das que mais apoia a cultura e estamos trabalhando para investir ainda mais”, disse o prefeito em conversa com a cantora Lia de Itamaracá, que aproveitou para festejar seus 80 anos.

O secretário de cultura de Natal, Dácio Galvão, disse que o carnaval de Natal começou com toda força e fez questão de lembrar a homenagem à Banda da Ribeira. “São 25 anos de uma linda trajetória e por isso entregamos a placa de mérito ao coordenador da Banda, Haroldo Maranhão. São todos esses anos associando a cultura carnavalesca ao trabalho de preservação da Ribeira e do Centro Histórico de Natal, revelou.

Foliões

Alguns foliões chegaram cedo para aproveitar a festa por completo. O funcionário público Carlos Porfiras elogiou a festa. “A festa está maravilhosa e começar com Valéria, uma das maiores vozes que eu conheço foi perfeito”, comentou.

Os shows atraíram foliões dos bairros próximos, mas também da região metropolitana de Natal. “Vim de Parnamirim para ver a abertura do Carnaval de Natal. Não podia perder e estou adorando”, testemunhou Luzia Fonseca.

Mas além de festejar, o Carnaval é um bom período para movimentar a economia da cidade, desde a área formal até os informais. O vendedor Erimário Vicente acredita que o evento será bom para seus negócios. “Estarei aqui em Petrópolis e em Ponta Negra. Com o fim da pandemia espero que tenha cada vez mais gente e que comprem”, alegra-se.

Secom/Natal

Folia infantil com “Bloquinho do Midway” neste sábado (10)


Foto: Reprodução

O Shopping Midway Mall vai proporcionar uma programação infantil durante os dias de carnaval. O “Bloquinho Midway”, terá shows, recreação, desfile de fantasia, várias oficinas de pinturas, entre outros. No sábado, (10/02), o shopping realizará a abertura oficial do carnaval, com a Bandinha de Fanfarra desfilando nos corredores, na presença de personagens teatrais, recreação musical e apresentação dos palhaços Bisteca e Bochechinha; no domingo (11/02), haverá nova apresentação da Bandinha de Fanfarra com personagens, além de desfiles de fantasias e apresentação dos palhaços Peteca e Florzinha; na segunda-feira (12/02) acontecerá uma oficina de máscaras, seguida de recreação musical e apresentação da Banda Brincantos; e na terça-feira (13/02), o encerramento, com oficina de máscaras, recreação musical e uma aula especial de Zumba Kids.