Nesta época do ano, há um aumento na conscientização e na procura por esse tipo de testagem
Com a campanha Dezembro Vermelho, que visa conscientizar a população sobre a prevenção e o tratamento do HIV/Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), é comum o aumento na procura pelos autotestes disponíveis em farmácias. Eles oferecem uma solução prática para aqueles que buscam a conveniência de realizar o exame em casa. Mas, será que eles são realmente seguros e confiáveis para detectar ISTs?
O infectologista Igor Thiago Queiroz, professor de Medicina da Universidade Potiguar (UnP), cujo curso é parte integrante da Inspirali, melhor ecossistema de educação em saúde do país, esclarece as principais dúvidas sobre essa ferramenta e alerta para a necessidade de acompanhamento médico adequado.
Segundo Queiroz, o autoteste pode ser útil como um primeiro passo, mas ele não é um exame definitivo. Em alguns casos, o resultado pode ser um falso negativo (quando o teste não detecta a infecção, mesmo ela estando presente) ou falso positivo (quando o teste indica que a pessoa está infectada, mesmo que não esteja). Já o autoteste para HIV detecta os anticorpos produzidos pelo corpo em resposta à infecção pelo vírus, e não o vírus em si, o que pode influenciar nos resultados.
“Embora os autotestes para ISTs ofereçam uma opção prática e de fácil acesso, eles apresentam limitações em termos de precisão e sensibilidade. Diferentemente dos testes rápidos, que são realizados por profissionais de saúde, os autotestes são feitos de forma independente, o que pode comprometer a confiabilidade dos resultados. Eles podem indicar a possível presença de uma infecção, mas não substituem os exames laboratoriais realizados em um ambiente clínico”, explica.
O professor enfatiza a importância de realizar exames laboratoriais específicos para confirmar qualquer diagnóstico, como o teste de HIV, sífilis e hepatites. Em algumas unidades básicas de saúde (UBS), o teste rápido para ISTs está disponível como uma forma de facilitar o diagnóstico preliminar, especialmente em locais onde o acesso aos serviços de saúde pode ser limitado.
Mesmo em casos em que a pessoa obteve um resultado positivo no autoteste, ela deve procurar imediatamente um médico infectologista para uma consulta detalhada. O profissional realizará exames adicionais, como exames laboratoriais mais precisos, para confirmar a infecção e iniciar o tratamento adequado, caso necessário.
Durante a consulta com o infectologista, será analisado o histórico clínico do paciente, haverá a necessidade de exames complementares e orientações sobre os tratamentos disponíveis para cada tipo de IST. “É fundamental que as pessoas compreendam que o autoteste pode ser um primeiro passo, mas ele deve ser seguido por um acompanhamento médico para garantir o diagnóstico correto e, caso necessário, o início do tratamento adequado”, afirma.
Além da autotestagem e do teste rápido, é essencial que todos adotem práticas de sexo seguro, como o uso de preservativos, e realizem exames regulares. Prevenir, diagnosticar precocemente e tratar ISTs de forma eficaz é o melhor caminho para evitar complicações graves”, alerta o docente da UnP/Inspirali, Igor Thiago Queiroz.